sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fotografia no Brasil

Fotografia no Brasil

Um dos pioneiros da Fotografia no Brasil foi o pintor e naturalista francês radicado no Brasil, Antonie Hercules Romuald Florence. Florence, que chegou ao Brasil em 1824, estabeleceu-se em Campinas, onde realizou uma série de invenções e experimentos. No ano de 1833 Florence fotografou através da câmera escura com uma chapa de vidro e usou papel sensibilizado para a impressão por contato. Ainda que totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporâneos europeus, Niépce e Daguerre, obteve o resultado fotográfico, que chamou pela primeira vez de Photografie Pela descoberta de Florence, o Brasil é considerado um dos pioneiros na Fotografia.

O início da fotografia no Brasill não se pode esquecer do Imperador Dom Pedro II, que foi um fotógrafo apaixonado. O abade Louis Compte em 16 de janeiro de 1840 quando aportou no Rio de Janeiro fez uma demonstração à Dom Pedro II da daguerrotipia (fonte: Jornal do Commercio, de 17 de janeiro de 1840, Rio de Janeiro). D. Pedro II, possivelmente tenha se tornado o primeiro fotógrafo com menos de 15 anos do Brasil, quando no mesmo ano de 1840 adquiriu um daguerreótipo, em Paris.

Augustus Morand, fotógrafo norte-americano (1815-1862), fez as primeiras fotos da família imperial do Brasil, isso ainda em 1840.

Novas tecnologias chegam ao Brasil, trazidas por imigrantes radicados no Brasil, por exemplo o colódio úmido. Estúdios de retratistas se espalham pelas principais cidades brasileiras. O alemão Alberto Henschel abre escritórios em São Paulo, Recife, Salvador e no Rio e tornando-se no primeiro grande empresário da fotografia brasileira. Neste período também se destacam Walter Hunnewell, que faz a primeira documentação fotográfica da Amazônia, Marc Ferrez, que produz imagens panorâmicas de paisagens brasileiras, e Militão Azevedo, o primeiro a retratar sistematicamente a transformação urbana da cidade de São Paulo. E ainda Victor Frond, George Leuzinger, August Stahl e Felipe Fidanza.

Século XX
Na década de 1940 dá-se o ápice do Fotoclubismo, movimento que reunia pessoas interessadas na prática da fotografia como uma forma de expressão artística. Os primeiros fotoclubes surgem no início do século XX, mas somente a partir dos anos 1930 passam a ser decisivos na formação e no aperfeiçoamento técnico dos fotógrafos brasileiros. Principais fotoclubes: Photo Club Brasileiro, fundado no Rio de Janeiro em 1923, e o Foto Cine Clube Bandeirante, criado em São Paulo em 1939. Principais fotógrafos expoentes do fotoclubismo e alguns deles representantes do Movimento Moderno na fotografia:Thomas Farkas, José Oiticica Filho, Eduardo Salvatore, Chico Albuquerque, José Yalenti, Gregori Warchavchik (também arquiteto), Herminia de Mello Nogueira Borges, Nogueira Borges, Geraldo de Barros e Gaspar Gasparian.

A partir do pioneirismo publicitário de Chico de Albuquerque, que fez fotos para a primeira campanha publicitária usando a fotografia em 1948, despontam novos autores como Bob Wolfenson, Marcio Scavone, Arnaldo Pappalardo, Claudio Elisabetsky, J.R. Duran, Ella Durst, Miro, Dercilio Vanzelli.

Nos anos 1950 o Fotojornalismo é impulsionado pelas revistas O Cruzeiro e pelo Jornal do Brasil, que passam a dar destaque para a fotografia em suas páginas.

Assis Chateaubriand, diretor da revista o Cruzeiro, contrata Jean Manzon para a revista O Cruzeiro transformando-a na mais importante do país.

Oriunda do fotojornalismo da  revista Realidade (1966), Veja (1968) e do Jornal da Tarde (1966) surge outra leva de grandes fotógrafos, sendo os principais:  Claudia Andujar, Geraldo Guimarães, Walter Firmo, George Love, David Zingg e Luigi Mamprim. Luis Humberto faz fotos irônicas sobre a situação do Brasil sob regime militar apesar do controle da censura. Estes fotógrafos se tornaram ícones da década de 1960 e influenciaram fotógrafos como Orlando Azevedo, Paulo Leite, Ed Viggiani, João Noronha, André Vilaron, Thiago Santana, José Bassit e André Cypriano.

Surgem na década de 1970 diversas oficinas e escolas de fotografia no país, como a Enfoco e a Imagem e Ação, em São Paulo, que impulsionam a fotografia de autor. Na falta de lugares especializados para exposições são criadas várias galerias, como a Fotóptica e a Álbum, e surgem grupos como o Photogaleria, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com a intenção de inserir a fotografia no mercado de arte brasileiro.
O jornalismo independente das agências como a Focontexto, F4, Image Latina, Ágil, Fotograma e ZNZ, foi registrado por fotógrafos como Juca e Delfim Martins,  Nair Benedicto, Rogério Reis, Júlio Bernardes, Ricardo Chaves, Assis Hoffman, Rosa Gauditano, Emidio Luisi, Milton Guran, Jesus Carlos, João Roberto Ripper,  Sergio Zalis, entre outros, que se destacaram na fotografia autoral. Pedro Martinelli, Cristiano Mascaro, Orlando Brito e Hélio Campos Mello somam-se aos destaques da fotografia autoral, ainda que trabalhando para as publicações tradicionais.

Há ainda os trabalhos cuja proposta é a inserção da fotografia com a arte estabelecida e vice-versa, representados por  Otto Stupakoff, Anna Bella Geiger, Antonio Saggese, Cássio Vasconcellos, Alex Flemming, Kenji Ota, Cris Bierrembach, Vilma Slomp, Gal Oppido, Claudio Feijó, Milton Montenegro, Penna Prearo, Eustáquio Neves, Flavya Mutran, Miguel Rio Branco e Vik Muniz, entre outros.

Nos anos 1980 a fotografia brasileira torna-se conhecida no exterior por meio da participação em exposições internacionais e da publicação do trabalho de fotógrafos brasileiros em revistas estrangeiras. Entre os principais nomes do período estão Sebastião Salgado,  Cristiano Mascaro, Miguel Rio Branco, Luiz Carlos Felizardo, Hugo Denizart, Cláudio Edinger, Mario Cravo Neto, Arnaldo Pappalardo, Kenji Ota e Marcos Santilli.

Em 1981, Sebastião Salgado é o único fotógrafo a registrar a tentativa de assassinato do presidente norte-americano Ronald Reagan, o que lhe dá grande destaque internacional. A partir de então, Salgado, radicado na França, é reconhecido mundialmente como um dos mestres da fotografia documental contemporânea. Nos anos 1980 e 90 publica grandes fotorreportagens de denúncia social, em livros como Sahel: l’Homme en Détresse (1986), Trabalhadores (1993) e Terra (1997).

A Enfoco - Escola de Fotografia

De agosto 1968 a julho de 1976, funcionou em São Paulo, Brasil, a Enfoco - Escola de Fotografia. Ao ser demitido da sucursal do Jornal do Brasil, em maio de 1968, Cláudio Kubrusly criou a enfoco. Vários fotógrafos que, posteriormente, se destacaram no cenário da Fotografia brasileira passaram pelos bancos da Enfoco - Escola de Fotografia. Alguns exemplos: Antonio José Saggese, Cláudia Scatamacchia, Dulce Maria Soares, Euclides Sandoval, Gil Monteiro Ribeiro, Hilton Sousa Ribeiro, Hugo Amaral Gama, Josemar Carvalho Ribeiro, Leonardo Crescenti Neto, Lily Sverner, Lúcio Kodato, Luis Sérgio Chvaicer, Nair Benedicto, Paulo Klein, Regina Stella D"Ângelo, Richard Kohout, Roberto de Guglielmo, Rodrigo Whitaker Salles, Rosa Gauditano, Rosely Nakagawa, Stefânia Brill, Suzana Amaral, Tales Trigo, Vera Galli, Vera Roquete Pinto, Zé de Boni (José de Boni).

O Instituto Casa da Photographia

Criada em1997, então como Núcleo de Pesquisas Fotográficas, o Instituto Casa da Photographia de Salvador na Bahia, manteve desde a sua criação a proposta de divulgar projetos e trabalhos de novos talentos na área de fotografia, sempre buscando o apoio e a coerência dos próprios fotógrafos veteranos, que através de palestras, cursos ou atividades práticas propiciam o aprendizado de técnicas e estilos. Foi a partir do ano de 2001 que a Casa da Photographia passou a assumir mais intensamente a postura de Escola de Fotografia, buscando com isso uma rentabilidade que pudesse assegurar a continuidade de todas as suas atividades, já que a instituição é totalmente privada. Também neste ano foram firmadas parcerias com diversas empresas e instituições públicas (entre elas a Kodak Brasileira) a fim de possibilitar a realizações de projetos como o Falando de Foto, que se aprimorou e passou a chamar-se Modos de Ver. Esse projeto já vai para o seu 5º ano e vem realizando palestras e caminhadas fotográficas com fotógrafos de grande importância para o desenvolvimento e difusão da  fotografia na Bahia e no Brasil.Coordenada por Marcelo Reis, fotógrafo de atividade plena, o Instituto Casa da Photographia hoje mantêm cursos técnicos e conceituais. Possui espaço para pesquisas e promove caminhadas fotográficas livres com atividades por várias cidades do recôncavo e demais regiões do estado.O lançamento do site em 18 de junho de 2002 marcou um novo caminho, agora mais longo e infinito, com direção não só ao Brasil, mas ao mundo, principalmente com a nossa grande vedete, a Galeria Walter Firmo, num gesto de agradecimento e homenagem à pessoa e ao fotógrafo Walter Firmo, e pelo que ele vem fazendo por todos nós, fotógrafos e admiradores desta fantástica arte, a Arte da Fotografia. Hoje o Instituto Casa da Photographia mantém parceria com a PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

    

Marc Ferrez: O Corcovado, século XIX
Alberto Henschel: Retratos de uma negra e um negro, c. 1870.

Texto tirado da enciclopédia livre - Wikipédia


ATILA'S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

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