domingo, 27 de março de 2011

ESPECIAL PRETO E BRANCO - SEGUNDA PARTE

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
PARTE II
(Texto reproduzido da revista Digital Photographer Brasil)
Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a primeira: dicas de JAMES NADER.
Preto e branco espetacular
Natalie Johnson explora o hipnótico mundo da fotografia em preto e branco e conversa com três fotógrafos especializados nessa arte:
Guy Gagnon (Web: www.guygagnon.com);
Gian Marco Marano (Web: www.gianmarcomarano.com).

JAMES NADER
Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a segunda: dicas de JAMES NADER.
“Eu sempre tenho a noção de como cada imagem funcionará em preto e branco”
Famoso na Indústria da moda por sua visão excêntrica, o britânico James Nader já fotografa há vinte anos e, graças a seu histórico com a fotografia de filmes, acredita possuir uma arma secreta para capturar imagens em preto e branco. “Sou do tempo do quarto escuro e seus químicos de revelação. Mesmo trabalhando com câmeras digitais, você nunca esquece essas habilidades. O fato de entender o que é necessário na imagem não se resume a níveis, curvas ou filtros de conversão. Trata-se de uma compreensão mais profundamente enraizada na compreensão tradicional das gamas tonais e detalhes da imagem final. Eu sempre estava no quarto escuro, trabalhando no meu filme em preto e branco. Minha inspiração veio dos fotógrafos clássicos da era dos filmes, como Sinclair Bull; certa vez fui visitar uma exposição de seu trabalho e foi uma epifania. Comecei a ver as coisas em preto e branco. Desenvolvi meu estilo de iluminações com base na que ele usava, e é por isso que minhas iluminações funcionam bem em preto e branco.”.
Por trabalhar na moda, a cor é um componente essencial no trabalho de James; porém, ele é de opinião de que a simplicidade da técnica do preto e branco pode se prestar a composições mais criativas e desafiadoras. “A melhor parte de fotografar em preto e branco, para mim, é a maneira como me sinto a respeito da imagem. Isso me faz pensar mais sobre a foto e, portanto, emprego um grau maior de concentração. Com as cores você sabe o que funciona de cara, em termos de como elas interagem; mas em preto e branco é preciso ir mais fundo. Embora meu trabalho com cores seja muito saturado e intenso para a moda, acredito que a simplicidade da fotografia em preto e branco é muito atraente. Ela torna a imagem mais simples e equilibrada e tendemos a prestar mais atenção na composição. O sombreamento e as gamas tonais são sua “paleta de cores”, e você tem de entender como as cores funcionam em preto e branco.”.
A escolha de um tema ou, no caso de James, de uma modelo e uma locação que rendam em preto e branco, já é metade da batalha. James compartilha conosco suas táticas para saber quais atributos procurar. “Sempre tenho uma noção, ao fazer uma foto, de como ela irá funcionar em preto e branco. Você deve saber que vai funcionar. Isso costuma ocorrer quando estou, por exemplo, fotografando um ensaio em um quarto de hotel. Para os trabalhos de moda, adoro como as imagens passam a exalar uma atmosfera clássica.”.
James diz            usar principalmente uma Nikon D3x com objetiva 70-200mm f/2.8 Nikkor VR para sua imagens de moda, mas também leva consigo as lentes Nikkor 24-70mm f/2.8 e 85mm f/1.4, Sigma 105mm f 2.8, um Apple MacBook Pro 17”, iPad, iPhone, uma filmadora de vídeo Sony e um disco rígido portátil LaCie de 500GB. Ele tem acesso a uma Hasselblad quando são necessários arquivos em resolução muito alta. “Prefiro não usar cartões de memória grandes, pois demora muito para copiá-los no disco rígido e costumo usar esse momento como um modo de recuperar a concentração longe da vista do cliente. Por isso, prefiro usar diversos cartões de 4GB”, confidencia. James inicia suas sessões com uma leitura de luz que dê f/11 a ISSO 200. “Não sei por quê, mas essa é a minha leitura de luz característica; em iluminação contínua ou de vídeo, ela será algo como f/4 a ISSO 400 ou mais. Costumo ajustar o ISSO para aumentar ou diminuir o contrate da imagem e obter tons ricos e com impacto. Como a velocidade do obturador é baixa, preciso de um tripé. A luz mais fraca e a exposição medida permitem que mais informações sejam reunidas na foto, garantindo uma imagem mais rica, seja em cores ou em preto e branco.”
Ao fazer uma foto que ele sabe que será convertida em preto e branco, James se certifica de que existam suficientes detalhes nas altas-luzes e nas sombras, e que os olhos estejam bem iluminados para dar mais energia à imagem. “Algum tipo de reflexo é o segredo; se não houver alguma uma luz refletida nos olhos, eles parecerão opacos e sem vida.” Ele ainda aconselha: “Tente garantir que as sombras tenham contraste sem serem escuras demais. Se usar uma luz dura procure usar um refletor branco e não prateado, porque o efeito na pele pode ficar melhor. E não o ponha muito perto: as boas fotos costumam ter apenas o suficiente de reflexos para registrar detalhes nas áreas de sombra.”
Após a sessão de fotos, James vai direto ao “quarto escuro digital” para criar suas obras-primas monocromáticas. “às vezes uso o Capture One, mas recentemente comecei a empregar o Adobe Lightroom e adoro a maneira como ele realiza uma porção de processos diferentes ao mesmo tempo e permite montar apresentações. O Photoshop é meu quarto escuro digital, e eu o uso tanto quanto possível para controlar e aprimorar as imagens. Faço ajustes nos níveis, brilho, contraste e curvas, e só aplico nitidez no tamanho final, logo antes de salvar. Meu conselho é não diminuir a saturação de suas imagens, pois perderá grande parte das informações.”

DICA DO ESPECIALISTA
James Nader
          www.trainyourlens.co.uk

Com impressionantes duas décadas de experiência na manga, James Nader é um importante fotógrafo da moda e beleza, que vive recebendo elogios por seu estilo excêntrico, mas classudo. “Eu não faria outra coisa agora, adoro meu trabalho e estou sempre em busca de bons clientes. O principal neste momento é que trabalho para pessoas de que gosto e com quem me dou bem, e meu trabalho reflete inteiramente meu estilo e minha visão. Pode não ser ao gosto de todo mundo, mas é isso o que eu faço, e os clientes que me contratam gostam da esquisitice do meu trabalho, e especialmente da minha luz.”
1 Seja interessante
Se estiver tentando vender imagens em preto e branco, prepare-se para um duro golpe. Torne a coisa interessante, ousada e maravilhosa. Se não, apenas seja realista!

2 Pesquise
Busque mais conhecimento sobre a fotografia em preto e branco. Pesquise na Internet e em livros; observe o trabalho de mestres; veja como eles faziam.


3 Sombra e luz
Vá ao estúdio e prepare uma cena, ou faça o mesmo em externa; mas experimente iluminar com flash ou com a luz ambiente e entenda comi isso afeta as suas imagens em preto e branco.

4 Cuidado com o contraste
Dê atenção especial ao contraste. É muito fácil fazer correções rápidas de brilho e contraste no Photoshop, mas é preciso experimentar também os filtros fotográficos e outras configurações.

5 Velha guarda
Se você tiver acesso a uma câmera de filme tradicional e um filme preto e branco, experimente! Tente usar alguns filtros de lentes e estude os resultados revelados. Por tabela, você entenderá melhor o “quarto escuro” digital e como trabalhar com ele.

Fotos de James Nader






























































FIM DA SEGUNDA PARTE
ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

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