domingo, 26 de abril de 2015

Mas afinal, quanto eu cobro?

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICA


Descubra se você está cobrando o que é certo pelo seu trabalho e mantendo sua empresa sustentável


Foto: Kleber Souza

Apesar de ser um assunto muito comentado, você já sabe quanto cobrar pelo seu trabalho? Devo cobrar barato? Devo cobrar caro? Devo basear meu preço no preço dos concorrentes da minha região? Minha proposta é que você não faça nada disso. Crie seu preço à partir da sua realidade e do que você espera como profissional. Vou falar de forma bem resumida e citar apenas os pontos mais importantes, já que fazer um cálculo detalhado pode dar um trabalho que não caberia aqui no artigo.

Eu separei as áreas em “custos fixos”, “custos variáveis” e “depreciação”. Os álbuns eu trato à parte, já que tenho o valor do meu trabalho e do álbum no meu orçamento. Então vamos entender um pouco:


Custos Fixos

São aqueles que chegarão todos os meses, independente se você fizer um trabalho ou não. Por exemplo: o aluguel da sua sala ou do seu estúdio, a limpeza do local, o aluguel dos softwares que você usa, o pagamento da hospedagem do seu site, o salário dos funcionários da sua empresa, mesmo que sua empresa seja só você, você tem que receber um salário e não receber todo o dinheiro que a empresa ganha. Vocês devem ter outras contas a adicionar, como energia, internet, etc. Mesmo trabalhando em casa, esses valores devem ser levados em consideração na hora de montar o seu preço.


Custos Variáveis

São aqueles que acontecem de acordo com as vendas e os trabalhos que você executa. Ou seja, se você não fechar nenhum trabalho no mês, não terá esses custos. Se fechar 4 trabalhos, terá ele 4 vezes. Um exemplo bem simples é o segundo fotógrafo. Você só contrata ele quando tem um casamento para fazer e logo tem que desembolsar a taxa que ele cobra. Valores como assistentes, utilização de carro ou táxi, pilhas (se não forem recarregáveis), o DVD que você entregará com as fotos devem ser colocados nessa conta.


Depreciação
A depreciação é a perda de valor de um bem, seja por desgaste ou por se tornar obsoleto. Quanto mais você usa uma câmera, mais ela perde valor já que os componentes mecânicos dela vão se desgastando. Um computador, por exemplo, seja ele usado com mais ou menos intensidade, perde valor porque vai ficando obsoleto devido ao avanço tecnológico. Confesso que nessa conta, eu não faço como deveria, mas utilizo ela para criar uma caixa para substituir equipamentos, fazer manutenções e adquirir equipamento novos. Se você não tiver essa conta, quando precisar de alguma coisa, vai ter que mexer no seu salário e eu tenho certeza que você não quer isso. Além disso, com o dinheiro no bolso, conseguimos descontos na hora da compra à vista.


Na prática:
Vamos fazer aqui uma sugestão dos valores. Esses valores não são reais, então os substitua pelos seus valores:

Fixos
Tipo
Valor
Aluguel
 R$ 775,00
Limpeza
 R$ 90,00
Extras
 R$ 30,00
Salário
 R$ 2.000,00
Softwares
 R$ 25,00
Site
 R$ 30,00
Energia
 R$ 50,00
Total
 R$ 3.000,00
Então já sabemos que teremos um custo mensal de R$ 3.000,00. Logo, é o mínimo que temos que faturar no mês. 


Variáveis
Tipo
Valor
Segundo fotógrafo
 R$ 450,00
Assistente
 R$ 100,00
Carro
 R$ 50,00
DVD
 R$ 100,00
Total
 R$ 700,00
Agora sabemos que em todo casamento temos que adicionar um custo de R$ 700,00. É importantíssimo lembrar de todos os custos.


Depreciação
Tipo
Custo
Meses
Depreciação
Câmeras
 R$ 4.800,00
24
 R$ 200,00
Lentes
 R$ 6.000,00
60
 R$ 100,00
Computador
 R$ 3.600,00
24
 R$ 150,00
Softwares
 R$ 960,00
24
 R$ 40,00
Flash
 R$ 1.440,00
24
 R$ 60,00
Cartao sd
 R$ 480,00
24
 R$ 20,00
Total


 R$ 570,00
Aqui na depreciação, dividimos o custo do equipamento pela quantidade de meses que ele deve durar. Assim fazemos uma reserva de R$ 570,00 todo mês. No final do ano teremos quase R$ 7.000,00.

Definindo o preço

Antes de definir o preço do serviço, temos que fazer uma projeção de quantos casamentos faremos por mês. Para esse caso, vou definir que serão 3 eventos por mês. Conheço profissionais que fazem mais e outros que fazem menos eventos. Então adequem à sua realidade. Some todos os eventos do ano e divida por 12.
Agora podemos contabilizar custos fixos (3000,00) + depreciação (570,00) e dividir pelo número de eventos = R$ 3.570,00 / 3 = R$ 1.190,00.
Agora somamos o valor dos custos variáveis: R$ 700,00 + R$ 1.190,00 = R$ 1.890,00.
Com esse valor você trabalharia sem margem de lucro, o que é inaceitável comercialmente e ainda há a cultura da negociação e do desconto. Por isso devemos adicionar uma margem de lucro para que a empresa tenha o caixa dela e possa se bancar, por exemplo, para comprar mesa, cadeiras, fazer mostruário de álbuns, etc.
Vou colocar uma margem de 40%, pode parecer muito para alguns, mas ainda é pouco. E chegaremos ao valor “arredondado” de R$ 2.650,00. Então chegamos ao valor final que deveríamos cobrar.
Como falei no começo, essa é uma visão simplificada. Não adicionei alguns complicadores como marketing e impostos. Mas para quem ainda não sabe definir o seu preço, já é um bom começo. Espero que tenha ajudado você a saber se está cobrando o que é certo pelo seu trabalho e manter a sua empresa sustentável.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Sobre o Autor
Formado em Computação e especialista em gestão empresarial, fotografa desde 2007. Começou montando um estúdio e trabalhando com moda, produtos e gestantes. Incentivado por um grande amigo, se aventurou pela fotografia de casamentos. Hoje é apaixonado e se dedica quase que exclusivamente aos casamentos.
http://www.klebersouza.com.br/

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS




Nenhum comentário: