ATILA’S PRODUÇÕES
FOTOGRÁFICA
Descubra se você está cobrando
o que é certo pelo seu trabalho e mantendo sua empresa sustentável
Por Kleber Souza - http://blogweddingbrasil.com.br/mas-afinal-quanto-eu-cobro/
Foto: Kleber Souza
Apesar de ser um assunto
muito comentado, você já sabe quanto cobrar pelo seu trabalho? Devo cobrar
barato? Devo cobrar caro? Devo basear meu preço no preço dos concorrentes da
minha região? Minha proposta é que você não faça nada disso. Crie seu preço à partir
da sua realidade e do que você espera como profissional. Vou falar de forma bem
resumida e citar apenas os pontos mais importantes, já que fazer um cálculo
detalhado pode dar um trabalho que não caberia aqui no artigo.
Eu separei as áreas em
“custos fixos”, “custos variáveis” e “depreciação”. Os álbuns eu trato à parte,
já que tenho o valor do meu trabalho e do álbum no meu orçamento. Então vamos
entender um pouco:
Custos Fixos
São aqueles que chegarão todos os meses, independente se você fizer um
trabalho ou não. Por exemplo: o aluguel da sua sala ou do seu estúdio, a
limpeza do local, o aluguel dos softwares que você usa, o pagamento da
hospedagem do seu site, o salário dos funcionários da sua empresa, mesmo que
sua empresa seja só você, você tem que receber um salário e não receber todo o
dinheiro que a empresa ganha. Vocês devem ter outras contas a adicionar, como
energia, internet, etc. Mesmo trabalhando em casa, esses valores devem ser
levados em consideração na hora de montar o seu preço.
Custos Variáveis
São aqueles que acontecem de acordo com as vendas e os trabalhos que
você executa. Ou seja, se você não fechar nenhum trabalho no mês, não terá
esses custos. Se fechar 4 trabalhos, terá ele 4 vezes. Um exemplo bem simples é
o segundo fotógrafo. Você só contrata ele quando tem um casamento para fazer e
logo tem que desembolsar a taxa que ele cobra. Valores como assistentes,
utilização de carro ou táxi, pilhas (se não forem recarregáveis), o DVD que você entregará com as fotos devem
ser colocados nessa conta.
Depreciação
A depreciação é a perda de valor de um bem, seja
por desgaste ou por se tornar obsoleto. Quanto mais você usa uma câmera, mais
ela perde valor já que os componentes mecânicos dela vão se desgastando. Um
computador, por exemplo, seja ele usado com mais ou menos intensidade, perde
valor porque vai ficando obsoleto devido ao avanço tecnológico. Confesso que
nessa conta, eu não faço como deveria, mas utilizo ela para criar uma caixa
para substituir equipamentos, fazer manutenções e adquirir equipamento novos.
Se você não tiver essa conta, quando precisar de alguma coisa, vai ter que
mexer no seu salário e eu tenho certeza que você não quer isso. Além disso, com
o dinheiro no bolso, conseguimos descontos na hora da compra à vista.
Na prática:
Vamos
fazer aqui uma sugestão dos valores. Esses valores não são reais, então os
substitua pelos seus valores:
Fixos
Tipo
|
Valor
|
Aluguel
|
R$ 775,00
|
Limpeza
|
R$ 90,00
|
Extras
|
R$ 30,00
|
Salário
|
R$ 2.000,00
|
Softwares
|
R$ 25,00
|
Site
|
R$ 30,00
|
Energia
|
R$ 50,00
|
Total
|
R$ 3.000,00
|
Então já sabemos que teremos um custo mensal de R$ 3.000,00. Logo, é o
mínimo que temos que faturar no mês.
Variáveis
Tipo
|
Valor
|
Segundo fotógrafo
|
R$ 450,00
|
Assistente
|
R$ 100,00
|
Carro
|
R$ 50,00
|
DVD
|
R$ 100,00
|
Total
|
R$ 700,00
|
Depreciação
Tipo
|
Custo
|
Meses
|
Depreciação
|
Câmeras
|
R$ 4.800,00
|
24
|
R$ 200,00
|
Lentes
|
R$ 6.000,00
|
60
|
R$ 100,00
|
Computador
|
R$ 3.600,00
|
24
|
R$ 150,00
|
Softwares
|
R$ 960,00
|
24
|
R$ 40,00
|
Flash
|
R$ 1.440,00
|
24
|
R$ 60,00
|
Cartao sd
|
R$ 480,00
|
24
|
R$ 20,00
|
Total
|
R$ 570,00
|
Aqui na depreciação, dividimos o custo do equipamento pela quantidade de
meses que ele deve durar. Assim fazemos uma reserva de R$ 570,00 todo mês. No
final do ano teremos quase R$ 7.000,00.
Definindo o preço
Antes de definir o preço do serviço, temos que fazer uma projeção de
quantos casamentos faremos por mês. Para esse caso, vou definir que serão 3
eventos por mês. Conheço profissionais que fazem mais e outros que fazem menos
eventos. Então adequem à sua realidade. Some todos os eventos do ano e divida
por 12.
Agora podemos contabilizar custos fixos (3000,00) + depreciação (570,00)
e dividir pelo número de eventos = R$ 3.570,00 / 3 = R$ 1.190,00.
Agora somamos o valor dos custos variáveis: R$ 700,00 + R$ 1.190,00 = R$
1.890,00.
Com esse valor você trabalharia sem margem de lucro, o que é inaceitável
comercialmente e ainda há a cultura da negociação e do desconto. Por isso
devemos adicionar uma margem de lucro para que a empresa tenha o caixa dela e
possa se bancar, por exemplo, para comprar mesa, cadeiras, fazer mostruário de
álbuns, etc.
Vou colocar uma margem de 40%, pode parecer muito para alguns, mas ainda
é pouco. E chegaremos ao valor “arredondado” de R$ 2.650,00. Então chegamos ao
valor final que deveríamos cobrar.
Como falei no começo, essa é uma visão simplificada. Não adicionei
alguns complicadores como marketing e impostos. Mas para quem ainda não sabe
definir o seu preço, já é um bom começo. Espero que tenha ajudado você a saber
se está cobrando o que é certo pelo seu trabalho e manter a sua empresa
sustentável.
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Sobre o Autor
Formado em Computação e especialista em gestão empresarial, fotografa
desde 2007. Começou montando um estúdio e trabalhando com moda, produtos e
gestantes. Incentivado por um grande amigo, se aventurou pela fotografia de
casamentos. Hoje é apaixonado e se dedica quase que exclusivamente aos
casamentos.
http://www.klebersouza.com.br/
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