sexta-feira, 10 de junho de 2011

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FOTOGRAFIA - INICIAÇÃO:

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
Artigo de Antônio Lacerda publicado no site:
http://ualg-fotografia.blogspot.com/2007/10/princpios-bsicos-da-fotografia.html
Princípios Básicos da Fotografia
Introdução

Quase todas as máquinas fotográficas possuem modos de utilização totalmente automáticos, contudo, é fundamental que qualquer fotógrafo perceba o seu modo manual, como forma de correção de alguns aspectos de linguagem e valores específicos. Mesmo as máquinas mais sofisticadas podem cometer erros em certas condições de iluminação e, só dominando alguns aspectos técnicos como o tempo de exposição do filme à luz e a sua quantidade, se pode determinar o aspecto final de cada fotografia.

Ao determinarmos variáveis de exposição, estamos a efetuar escolhas conscientes que alteram completamente o aspecto final da fotografia. Por exemplo, se fotografamos uma paisagem sob um céu limpo com um tom médio de azul e queremos que o céu fique exatamente com essa cor. Se o filme for menos exposto do que o necessário (subexposição), o céu vai ficar mais escuro do que vimos na realidade; se o filme receber mais luz do que a necessária (sobrexposição), o céu vai ficar mais claro.

Abertura e tempo de exposição

Para se tirar uma fotografia é preciso definir a quantidade de luz que se deixa passar para o filme e o tempo durante o qual essa luz passa. Estas são as duas variáveis que determinam a exposição e designam-se de abertura do diafragma e tempo de exposição. A abertura refere-se à quantidade de luz que passa num dado instante para o filme, o tempo de exposição expressa o tempo durante o qual o filme recebe essa quantidade de luz. Podemos obter a mesma exposição com diferentes combinações de abertura e tempo de exposição: se se aumentar a abertura pode-se expor durante menos tempo e vice-versa.


















António Lacerda - Viagens4 (2007)





















António Lacerda - Viagens5 (2007)




















António Lacerda - Viagens6 (2007)

Quer a abertura quer o tempo de exposição são expressas em escalas logarítmicas, nas quais cada ponto da escala deixa passar metade da luz do que o seguinte. O tempo de exposição é expresso em segundos e fracções de segundo que correspondem ao tempo durante o qual o obturador abre para deixar passar a luz para o filme. A maior parte das máquinas fotográficas permite utilizar os seguintes tempos de exposição: 1 segundo, 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/30, 1/60, 1/125, 1/250, 1/500 e 1/1000 de segundo. Estes tempos de exposição são usualmente apresentadas de forma abreviada, mostrando apenas o denominador da fracção (1, 2, 4, 8, 16, 30, 60, 125, 250, 500 e 1000).
A abertura é expressa pela relação entre a distância focal da objetiva e o diâmetro da abertura do diafragma que deixa entrar a luz. Assim, uma objetiva de 50 mm que deixe passar a luz por uma abertura de 25 mm de diâmetro tem um abertura igual à distância focal (f) a dividir por 2, ou seja f /2. Frequentemente, representa-se a abertura apenas pelo denominador desta fracção, apresentando-se neste caso o número 2 para se referir esta abertura.
Compreende-se assim facilmente que, quanto menor for o número da abertura, mais luz passa através da objetiva. É comum encontrar escalas de abertura com os seguintes valores: 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16 e 22. Também nesta escala cada valor deixa passar metade da luz do que o precedente, pelo que se pode fazer uma tabela de conjugações de abertura e tempo de exposição para se obter exatamente a mesma exposição:
Tempo de exposição
1/2 1/4 1/8 1/16 1/30 1/60 1/1251/2501/500 1/1000

Abertura
32 22 16 11 8 5.6 4 2.8 2 1.4

Profundidade de campo
Mas não é indiferente escolher qualquer uma destas combinações. Por um lado, é preciso escolher cuidadosamente o tempo de exposição, de forma a “congelar” o movimento daquilo que se está a fotografar ou, pelo contrário, deixar que esse movimento se seja visível. Por outro, a abertura que se escolher determina a profundidade de campo, a distância à frente e atrás do plano de focagem em que os
Objetos ficam razoavelmente focados.

A profundidade de campo é inversamente proporcional em relação à abertura. Quanto maior for a abertura, menor será a profundidade de campo e vice-versa.
Por exemplo, com uma abertura de 1.4 a profundidade de campo é muito menor do que
Aquela que se obtém com uma abertura de 11.

A escolha da profundidade é uma das opções mais importantes quando se define a abertura e o tempo durante o qual que se expõe um fotograma. Por exemplo, quando se fotografa uma pessoa podemos querer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade de campo possível. Pelo contrário, ao fotografar uma paisagem grandiosa podemos querer que tudo o que vemos fique focado, desde os objetos mais próximos até ao infinito, para o que devemos usar a maior profundidade de campo possível.



















Pequena profundidade de campo (grande abertura do diafragma) - f 2.8 - 1/640s


















Profundidade de campo média (abertura média do diafragma) - f 5.6 - 1/125s



















Grande profundidade de campo (pequena abertura do diafragma) - f 11 - 1/30s

Quanto menor for a abertura, mais tempo se terá que expor a película e maior será o risco de tremer a fotografia. Para que isso não aconteça, podemos usar um bom tripé ou seguir a regra simples segundo a qual é possível obter fotografias nítidas segurando a máquina com as mãos desde que se use um tempo de exposição igual ou inferior ao inverso da distância focal da objetiva (em milímetros). Assim, poderemos segurar à mão tranquilamente uma máquina com uma objetiva de 50 mm desde que o tempo de exposição seja no máximo de 1/60 de segundo.

Sensibilidade do filme
Para além das variáveis de exposição que se controlam para cada fotografia (a abertura e o tempo de exposição) também temos que considerar a sensibilidade do filme que está na máquina. A emulsão de um filme fotográfico pode ser mais ou menos sensível à luz, necessitando por isso de uma maior ou menor exposição.

A sensibilidade das películas é expressa numa escala ISO (anteriormente designada ASA). Também esta escala é logarítmica, pelo que um filme com uma sensibilidade de 400 ISO precisa de metade da luz do que um rolo de 200 ISO para produzir a mesma exposição. Usando filmes mais sensíveis (mais “rápidos”) podemos usar menores a aberturas para obter maiores profundidades de campo.

Contudo, quanto maior for a sensibilidade de um filme menor será a sua definição e mais grão terá a fotografia. A menor definição e o grão serão tanto mais visíveis quanto mais se ampliar a imagem.
A gama de filmes disponíveis em quase todas as lojas de fotografia abarca as seguintes sensibilidades: 25, 50, 100, 200, 400 e 800 ISO. Também se encontram filmes com valores intermédios de sensibilidade, por exemplo, 160 ISO (2/3 de ponto mais rápido do que um filme de 100 ISO).

Mas a sensibilidade de cada filme é apenas um indicador da exposição para a qual um filme foi concebido. Pode-se escolher na máquina outro índice de exposição que não a sensibilidade indicada para o filme. Se as condições de iluminação o exigir, e não tivermos um filme mais rápido conosco, podemos “puxar” qualquer rolo em até 2 pontos, ou seja, por exemplo, podemos fotografar com um rolo de 200 ISO como se ele fosse de 400 ou 800 ISO (regulando manualmente o índice de exposição da máquina). Também esta facilidade tem o seu preço e obteremos fotografias com mais grão e maior contraste. Mas atenção, para que um rolo “puxado” seja corretamente revelado temos que informar o laboratório do índice que utilizámos para expô-lo.


Utilizar o fotómetro
Para podermos escolher o tempo de exposição e a abertura com que vamos tirar uma fotografia temos que poder medir a luz existente. É para isso que todas as máquinas que hoje se vendem estão equipadas com um fotómetro mais ou menos sofisticado, com base no qual sugerem (ou escolhem, em modo automático) uma determinada exposição.

Os fotómetros medem a luz que é refletida pelos objetos que estão dentro do enquadramento, dando frequentemente uma ponderação de 60% ou 75% da leitura ao círculo central do visor. Como uma superfície branca reflete mais luz do que uma área escura, temos que tomar isso em consideração quando tomarmos decisões baseadas na leitura da luz refletida. Por exemplo, se fotografarmos uma paisagem coberta de neve branca não podemos utilizar simplesmente a exposição sugerida, porque obteríamos uma neve cinzenta na fotografia. Temos que compensar essa leitura aumentando um ponto a abertura ou o tempo de exposição. Da mesma forma, se quisermos que uma fotografia tirada depois do pôr do Sol capte a atmosfera escura que se vê temos diminuir em cerca de um ponto a exposição sugerida.
Uma forma simples de obter uma exposição correta é fazer a leitura de exposição apontando para algo que se queira que fique registado como tom médio e que esteja a receber a mesma luz do que o assunto que vamos fotografar. Por exemplo, para fotografar uma paisagem com iluminação uniforme podemos fazer a leitura de exposição apontando para as erva verde do chão, um exemplo clássico de tom médio, após o que podemos enquadrar e fotografar. Como a palma da nossa mão é cerca de um ponto mais clara do que o cinzento de 18%, quando não houver um tom médio que se possa utilizar podemos colocar a nossa mão à frente da objetiva (desde que receba a mesma luz do que o assunto a fotografar) bastando depois aumentar em um ponto a exposição sugerida, aumentando a abertura ou o tempo de exposição.
Há uma situação em que se pode dispensar o fotómetro. Quando fotografamos algo que esteja a receber a luz direta do Sol num dia sem nuvens, um tempo de exposição igual ao inverso da sensibilidade da película para uma abertura de f/16 resulta numa exposição que capta as tonalidades tal como se veem. Por exemplo, utilizando um filme com uma sensibilidade de 100 ISO podemos utilizar uma exposição de 1/125 (o ponto mais próximo de 1/100 na escala de tempos de exposição) para uma abertura de f/16 ou qualquer exposição equivalente: 1/250 para f/11, 1/500 para f/8 ou 1/60 para f/22.

Máquinas fotográficas e formatos
Câmaras analógicas e digitais
A máquina fotográfica não é mais do que uma “caixa” hermeticamente fechada onde se encontra colocada a película ou no caso das máquinas digitais o sensor (CCD). É a película que recebe a imagem através da objectiva. No mercado existe uma gama enorme de aparelhos fotográficos, desde máquinas simples de bolso, até aos modelos mais sofisticados.

Relativamente às câmaras analógicas um aspecto menos positivo nos dias de hoje, em que pretendemos obter resultados imediatos pela falta de tempo disponível, é a falta de imediatismo (as imagens só estão disponíveis após o rolo do filme ter sido usado e revelado), por outro lado conseguimos obter um óptimo controlo nas execuções das imagens finais, seguir todos os passos na formação da imagem (revelação e ampliação) e os seus processos químicos, assim como obter excelentes resoluções a partir de um simples filme de 35 mm

Por outro lado, a câmera digital, revolucionou o processo de captura de imagens, contribuindo para a popularização e divulgação da imagem fotográfica.
Ao contrario de utilizar uma película fotossensível (filme) para o registro das imagens, que requer, posteriormente à aquisição das imagens, um processo de revelação e ampliação das cópias, a câmera digital registra as imagens através de um sensor que entre outros tipos podem ser do tipo CMOS ou do tipo CCD, armazenando as imagens em cartões de memória.

Uma câmera pode suportar um só ou vários tipos de memória, sendo os mais comuns: CompactFlash tipos I e II, SmartMedia, Memory stick, SD (o mais comum) e MMC.
Estas imagens podem ser visualizadas imediatamente no monitor da própria câmera, podendo ser apagadas caso o resultado não tenha sido satisfatório. Posteriormente podem ser transferidas através de e-mail, álbum virtual, revelação digital impressa ou simplesmente apresentadas em ecrãs de televisão ou computador.
Uma das características mais exploradas pelos fabricantes de câmeras digitais é a resolução do sensor da câmera, medida em megapixels.
Em teoria, quanto maior a quantidade de megapixels, melhor a qualidade da fotografia gerada, pois o seu tamanho será maior e permitirá mais zoom e ampliações sem perda de qualidade. Entretanto, a qualidade da fotografia digital não depende apenas da resolução dos megapixels, mas de todo o conjunto que forma a câmera digital. Os fatores que mais influenciam a qualidade das fotos/vídeos são a qualidade das lentes da objetiva, o algoritmo (software interno da câmera que processa os dados capturados) e os recursos que o fotógrafo pode usar para um melhor resultado. No entanto, dependendo do uso que será dado à fotografia, um número excessivo de megapixels não trará benefício adicional à qualidade da imagem.
Normalmente as câmeras voltadas ao uso profissional são dotadas de maior quantidade de megapixels, o que lhes permite fazer grandes ampliações. Já para o usuário amador, máquinas com resolução entre três e cinco megapixels geram excelentes resultados.

Formatos de Câmaras
As máquinas compactas automáticas - são extremamente simples, de visor direto, utilizam película de 35 mm, em geral altamente automatizadas, com focagem automática, etc., muitas possuem já uma pequena objetiva e flash, mas as objetivas são fixas permanentes.




Exemplo de máquina compacta automática













As máquinas reflex – Podem ser totalmente manuais, semiautomáticas, automáticas, com programas pré-estabelecidos, etc. Permitem um nível de controlo do processo fotográfico semelhante ás máquinas de visor. Como nas máquinas de visor, quase todas as reflex têm lentes intermutáveis. Têm apenas um sistema óptico. A imagem que vai impressionar o filme é refletida por um espelho para o prisma que apresenta a imagem no visor exatamente como vai ser fotografado depois do espelho ser levantado quando se pressiona o botão de disparo. São as máquinas mais usadas em todo o mundo desde os amadores principiantes que pretendem mais que recordar momentos até aos grandes profissionais da fotografia.
As máquinas reflex são largamente preferíveis em relação às compactas, porque nos permitem além de ver no visor exatamente aquilo que se vai fotografar, regular os parâmetros de exposição e por outro lado podem usar vários tipos de objetivas. Não queremos dizer que uma máquina compacta não seja muito útil para tirar fotografias específicas. Algumas dessas máquinas têm excelentes objetivas com boas aberturas máximas.







Exemplo de máquina reflex













As máquinas de médio formato – O formato 6x6 é o mais difundido dos médios formatos. Atualmente este formato é utilizado no campo profissional devido ao grande nível de qualidade atingido. Alguns exemplos de câmaras de médio formato são as Rolleiflex, as Hasselblad e a Bronica. Tecnicamente existem duas vantagens no formato quadrado. A primeira tem a ver com a imagem circular que é definida pelas objetivas, inscrevendo-se nesta imagem um quadrado conseguindo um emprego óptimo da óptica. A imagem dada por um negativo quadrado é melhor, sobretudo nos bordos. Por outro lado não temos a necessidade de virar a máquina, de forma a obtermos uma imagem vertical ou horizontal e, dessa forma dedicarmo-nos muito mais aos aspectos técnicos.







Exemplo de máquina de médio formato









As máquinas de grande formato – Este tipo de máquinas são as mais simples do ponto de vista da construção, ainda que o seu emprego seja especificamente dos fotógrafos profissionais. Este tipo de máquina está munido de sistemas que, permitindo efetuar movimentos sobre o seu eixo, permitem corrigir linhas de fuga e aumentar a zona de nitidez. O tipo de película utilizado é o de grande formato e o mais comum é o 9x12. Este tipo de câmaras permite modificar a perspectiva e é a sua grande vantagem sobre os outros tipos de máquinas fotográficas, para além de possuir um vidro despolido de grande superfície sobre o qual se forma a imagem, permitindo-nos estar mais próximos visualmente do assunto a fotografar.







Exemplo de máquina de grande formato











Existem, no entanto recursos que devemos exigir à nossa máquina: fotómetro, possibilidade de escolha manual da abertura e do tempo de exposição, compensação da exposição automática, previsão da profundidade de campo e uma boa gama de tempos de exposição, pelo menos entre os 4 segundos e 1/1000 de segundo. Para além destas características, é também útil dispor de medição através das lentes (TTL) para o flash, de medição de luz pontual (spot) e da possibilidade de trocar os écrans de focagem. A focagem automática tornou-se muito comum, mas quem não quiser tirar fotografias de ação ou de animais em movimento pode dispensar esse recurso.


 
Objetivas

A propriedade mais importante de uma objetiva á a sua distância focal. Esta está relacionada com o seu "ângulo de visão". As objetivas estão agrupadas em três grandes grupos:
Grande angular, normal e teleobjetiva conforme as suas distâncias focais.

As objetivas de 50 mm (câmaras 35 mm ou seu equivalente) são consideradas normais, têm uma visão semelhante ao olho humano em termos de escala e proporção.


As objetivas grande angular, com uma distância focal reduzida, cobrem um amplo campo visual (17 a 35 mm, para câmaras 35 mm ou seu equivalente).


As teleobjetivas com a sua elevada distância focal permitem cobrir um campo visual muito mais limitado (70 a 300 mm, para câmaras 35 mm ou seu equivalente), são muito utilizadas para fotografia de desporto e vida animal.


As objetivas macro permitem uma maior aproximação do tema a fotografar, muito utilizadas para fotografia de produtos e de pequenos animais, flores ou texturas.

As objetivas podem ser também classificadas de focal fixa ou zoom. A primeira tem uma única distância focal enquanto que a zoom tem uma gama de distâncias focais mais alargadas, tipicamente 28 a 70 mm, 70 a 200 mm, 28 a 200.
As lentes de focal fixa oferecem uma maior qualidade mas a compra de uma vasta gama de objetivas torna-se bastante dispendioso e de difícil portabilidade. As objetivas zoom, regra geral oferecem uma boa relação qualidade/preço/portabilidade.
Tripés

Para obtermos uma grande profundidade de campo ou fotografarmos com pouca luz temos que expor o filme durante mais tempo. Se quisermos segurar a máquina manualmente seremos obrigados a utilizar um filme muito rápido, com menor nitidez e muito “grão”. Com um bom tripé podemos expor durante vários segundos, se necessário e usar o melhor filme, com mais definição e menos “grão”. É verdade que andar com um tripé atrás não é propriamente um ideal de comodidade, mas os resultados compensam, pois para além de permitir exposições mais longas, um tripé “obriga-nos” a compor a imagem com mais cuidado e dá-nos a possibilidade de ajustar pequenos detalhes minuciosamente.

Nem todos os tripés são, obviamente, iguais. Pouco se pode esperar de um frágil tripé de plástico, barato, mas incapaz de garantir uma sustentação solida à máquina e pouco prático de manusear. Um tripé sólido de alumínio (ou fibra de carbono) é um excelente investimento na qualidade das fotografias.

Filmes

Quem queira fotografar a cores pode escolher entre dois tipos de filme: negativos e diapositivos (slides). Os negativos têm uma maior amplitude tonal e permitem obter provas impressas rapidamente e de forma económica. Os diapositivos têm, contudo, uma enorme vantagem: apresentam exatamente o que o fotógrafo captou, sem intermediários, compensações de cor ou erros de impressão. Olhando para um slide podemos ver se a exposição foi a pretendida, se focagem foi adequada e se as cores têm uma boa saturação, examinando um negativo pouco se consegue concluir. Os filmes diapositivos lentos (50 ISO) oferecem ainda uma definição extraordinária, o que os torna na escolha de muitos fotógrafos.


Quanto menor for a sensibilidade de um filme, maior será a definição que oferece, pelo que convirá utilizar o rolo mais lento utilizável em cada situação. Mas tudo é relativo e, por vezes, pode-se utilizar um filme com grão para alterar o aspecto da imagem, dando textura, por exemplo, à neve. Em diapositivos, o Fuji Velvia (de 50 ISO) parece liderar as escolhas profissionais, seguido pelo Fuji Provia 100F e pela gama Kodachrome. Em negativos, os Kodak Portra 160VC e NC disputam com o Fuji Reala o máximo de definição, mas há vários filmes até aos 400 ISO com uma definição razoável e cores realistas.

Os filmes para preto-e-branco clássico continuam disponíveis na maior parte das lojas de fotografia, sendo de recomendar as linhas Delta da Ilford, T-Max da Kodak e APX da AGFA (o AGFA APX 25 ISO é especialmente interessante, pois tem uma definição extraordinária e muito pouco grão).

Alguns exemplos de filmes e resultados finais de impressão:

ASA 25 (Kodak Technical Pan 25)
Filme de muito alta definição (e baixa sensibilidade) que permite grandes ampliações.
Tem um contraste bastante acima do normal.

ASA 100 (Kodak T-Max 100)
Filme de alta definição, indicado para lugares com bastante luz.
Mesmo com a ampliação à direita a definição é quase indestingivel do anterior, mas o contraste é claramente mais reduzido.

ASA 200 (Kodak T-Max 400 reduzido 1 stop)
Como se pode verificar este filme ficou com o contraste muito diminuído por ter sido reduzido um stop - repare que os pretos puros deixaram de existir.

ASA 400 (Kodak T-Max 400)
Filme de sensibilidade e definição média (mesmo assim ainda é difícil ver a diferença para os anteriores em termos de definição, embora no papel já seja clara a diferença numa ampliação 18x12cm). O seu contraste normal é um pouco acima do T-Max 100.


ASA 1000 (Kodak T-Max 3200)
Filme de grande sensibilidade, indicado para fotografar com muito pouca luz.
Embora este filme seja designado pelo fabricante como sendo de ASA 3200, a ASA real deste filme é esta (1000). Repare como já é claramente verificável, na ampliação ao lado que o grão é bem maior do que nos anteriores.


ASA 4000 (Kodak T-Max 3200 puxado 2 stops)
Aqui está um exemplo de um filme puxado 2 stops, como pode ver o grão e o contraste aumentaram muito, mas os resultados ainda são aceitáveis para pequenas ampliações. Segundo o fabricante este filme pode ser puxado até ASA 12000!

FiltrosUtilizam-se filtros para alterar a imagem que é captada, tornando-a artificial ou, pelo contrário, mais fiel ao que o fotógrafo viu com os seus próprios olhos. É fácil cair em imagens artificias de gosto duvidoso com os chamados filtros de “efeitos especiais”, pelo que vale mais a pena que nos centremos nos filtros que alteram a imagem sem a adulterar.

Provavelmente o filtro mais utilizado é o polarizador, um filtro circular que se roda para eliminar uma determinada polaridade de luz. Consegue-se assim atenuar (ou mesmo eliminar) reflexos em superfícies não metálicas e acentuar o azul do céu. O polarizador é também muito útil para fotografar paisagens naturais, pois ao eliminar os reflexos luminosos das folhas das plantas faz com que a sua cor se veja com mais intensidade. Encontram-se à venda polarizadores lineares e circulares, mas em máquinas com focagem automática só se devem usar estes últimos.
Na fotografia a preto-e-branco um dos filtros mais útil é o vermelho. Em paisagens atenua a neblina e escurece o céu, salientando o recorte das nuvens; no retrato de pessoas disfarça pequenas imperfeições da pele, favorecendo os “modelos”.
Outros filtros interessantes são os graduados de densidade neutra. Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do chão, escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos limites do filme.

Fontes: Lanford, Michael (1989). Fotografia Básica. Lisboa: Dinalivro;
Rêgo, Jorge (2001). A luz que desenha as imagens. Porto: Edições ASA
Amar, Pierre-Jean (2001). História da fotografia. Lisboa: Edições 70
Rui Grilo- Fotografia: Pequeno manual prático

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
 
 
 
 

Nenhum comentário: