quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Lua, como fotografar?


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

Lua, como fotografar?
Por: Simxer

CC - Bob Jagendorf

Esse é um artigo que toda vez que penso em escrever, me lembro do meu irmão mais velho, o Vladimir, que é geógrafo e por isso estudou astronomia na faculdade (não confundir com astrologia!) e eu acho que isso influenciou no fato dele ser fanático por fotografar a lua.

Nos meus workshops de fotografia, sempre que vou falar das câmeras bridges, lá vou eu comentar que ele vive tirando onda que minha máquina profissional não faz foto da lua como a superzoom dele!

De fato eu não uso lentes eu meu trabalho profissional com esse alcance de zoom, por isso eu vou passar dicas técnicas de como fazer fotos de lua sensacionais, levando em conta as técnicas profissionais somadas às indispensáveis técnicas que ele também utiliza pra fazer as fotos dele!

©Vladimir Fernandes


Aliás, quase todas as fotos deste artigo foram feitas por ele.

Vamos lá:

Hoje em dia, com o avanço tecnológico disponível até em celulares, é possível saber com certa antecedência a ocorrência de eventos celeste, geralmente de rara beleza e que chamam atenção de profissionais e amadores. Eclipses solares e lunares, passagem de cometas, alinhamento planetário ou a superlua são alguns dos eventos que atraem os amantes do céu. Imagina se programar para assistir ao vivo a passagem de Vênus por trás da Lua e registrar em fotos esse raro momento?
Mesmo sendo apaixonado pela Lua, às vezes queremos registrar o momento, mas a imagem sai completamente diferente do esperado. Aparece apenas um pontinho branco na imensidão do céu negro. Acredito que você tenha se identificado com as linhas acima. É bastante comum isso acontecer e, por isso, daremos dicas para suas fotos ficarem boas, sem gastar com equipamentos caros. Confira!

Prefira câmeras DSLR, que são mais avançadas do que as digitais comuns.
A grande diferença é que elas apresentam o reflexo direto do que é visto pela lente. Isso não acontece com as câmeras comuns (SLR), onde a luz apenas passa pela lente, sem refletir. Com as câmeras DSLR, a qualidade da imagem é superior, principalmente em ambientes com pouca luz. Como desejamos fotografar a lua, se você tiver uma câmera dessas, já sai na frente quanto ao objetivo, já que você vai poder ir ajustando até chegar o resultado que quer, como o exemplo aí debaixo:


  Você deseja fazer a foto com sua câmera digital comum?

As câmeras digitais comuns, chamadas também de compactas, ou SLR, como citadas acima, são as mais populares, só perdendo para as câmeras embutidas nos celulares. Consegue – se fazer uma boa imagem com câmeras deste tipo, mas você terá que fazer alguns ajustes no zoom. Vamos lá? Os ajustes devem ser feitos tanto no zoom óptico quanto no digital. É necessário fazer este processo nos dois zooms para facilitar o foco e a fotometria para a sua câmera, lembrando que quanto mais zoom, mais estabilizada precisa estar a câmera fotográfica.

A fotometria é a medição da luz para a câmera, para saber que quantidade de luz que entrará nela para a captação de imagem, se quiser entender melhor fotometria, você pode ler aqui mesmo no site um artigo explicando detalhadamente esses conceitos, o “Fotometria e Fotografia”.


Sempre que possível, utilize um tripé!
Os tripés facilitam a captação de imagens e não cansam tanto o fotógrafo. Caso você não possua um, improvise: fixe sua câmera em um galho de árvore, janela, qualquer objeto que seja firme e plano. Quando estiver com a câmera no Tripé, ajuste o foco e ative o timer de sua câmera para disparar em dez segundos. É super recomendado que você faça o disparo cronometrado ao invés do automático. Assim, corre – se menos o risco de vibrações e borrões na sua foto, quando você apertar o botão do obturador, como no exemplo abaixo:



Você prefere fazer as fotos sem tripé e timer ajustável?
Para obter uma imagem firme, você pode apoiar seus braços em uma janela e prender a respiração durante os segundos de captura da imagem. Com isso, seus movimentos são mais restritos e a imagem fica com qualidade semelhante, mas não exatamente igual, o tripé sempre será mais seguro. O timer pode ficar entre 2 e 10segundos!
Caso você consiga fazer ajustes manuais em sua câmera, siga as recomendações abaixo:


Configure a abertura do diafragma inicialmente para f/8. Deste modo, você ajustou a quantidade de luz que entra na câmera. Quanto mais luz disponível, menor precisa ser a abertura, ou seja, maior terá que ser esse número (f11, f22, etc.). Quanto menor esse número, menor a profundidade de campo e menos elementos ficarão em foco.


Ajuste a velocidade do obturador para alta, entre 1/100 e 1/1000, assim você controla o tempo de exposição à luz. Se você utilizar velocidades mais baixas, corre o risco da foto sair tremida, ainda mais se você não estiver utilizando um tripé. A velocidade alta também favorece a captura do movimento da Lua, pois ela não para durante a realização da foto.

Controle o ISO para menor sensibilidade. Quanto menor, melhor a imagem. Se possível, mantenha o ISO no máximo em 400 e comece em 100. Com isso, você terá boa nitidez da imagem. Quanto maior o ISO, mais o sensor de imagem possui sensibilidade à luz e, consequentemente, pode – se tirar fotografias com baixa luz. Mas, nesse caso, suas fotos terão menos nitidez e mais ruídos.


Desative o flash de sua câmera

©Vladimir Fernandes

Como assim? Para fotografar a Lua deve – se desativar o flash? Sim, apesar de a iluminação ser baixa, nenhum flash no mundo é capaz de captar a distância de onde estamos até a Lua. Os flashes geralmente captam, no máximo, distâncias até duzentos metros. Então, nesse caso, o flash só irá diminuir a qualidade da imagem, gerando clarões desnecessários próximos à lente. E A Lua, principalmente em sua fase cheia, reflete muita luz, chegando ao ponto de iluminar ambientes naturais. Essa iluminação toda já dispensaria o flash.


Ajuste do balanço de brancos


Controle o balanço de brancos para luz do dia, mesmo que a sua foto seja noturna. Assim, a cor da luz ficará a mais natural possível. Para tornar sua Lua mais brilhante, ajuste a foto para preto e branco. Ficará linda!

Existe um melhor horário para a fotografia?

Sim, o horário fará a diferença na sua fotografia. Dê preferência para fotos assim que a Lua nascer, pois quando ela está no horizonte, é criada uma ilusão de ótica e a Lua parecerá maior.


©Vladimir Fernandes


Preciso inserir a lua em algum contexto?


Eu particularmente sempre acho mais interessantes fotos da lua quando inseridas em um contexto paisagístico, afinal, como costumo dizer pro meu irmão, foto de lua a NASA tem de montão, mas é pura implicância de irmã, porque adoro as fotos dele. Mas nesse caso é buscar elementos para compor o quadro que consigam passar a ideia do lugar da onde foi feita a foto, o que pode torna-la única. Eu usei esses dois exemplos porque eles possuem dificuldades diferentes, o primeiro feito em um deserto ao entardecer, ou seja, a iluminação quase não tem interferência e o segundo com a cidade ao fundo, mais luzes para serem fotometradas.

CC – Wendell



O Vladimir, por exemplo, gosta buscar o maior detalhe permitido pelo equipamento. Por isso costuma comprar câmeras com zoom ótico avançado para conseguir esse resultado daí debaixo:

Nikon Coolpix P520 – EXIF: f/5.9 1/60 ISO100 – © Vladimir Fernandes


Mas de vez quando ele se rende a paisagem:

© Vladimir Fernandes


Posso fotografar a lua com celular?


Praticamente todos nós temos uma câmera embutida no celular. Para não perder aquele momento especial, você pode sacar seu celular e fazer algumas imagens. Nesse caso, um recurso é aproveitar a paisagem em torno. Cuide para que não apareçam postes ou prédios em sua foto!

Eu costumava fazer diariamente o percurso de bicicleta do aterro do flamengo até a Urca, ida e volta, e por inúmeras vezes vi luas incríveis, mas que sabia que meu celular da época não conseguiria fazer grandes coisas. Até o dia que houve o fenômeno conhecido como “Superlua”, o celular continuava o mesmo, mas eu fiz o possível pra ter um registro, em 3 fotos com enquadramentos diferentes na tentativa de conseguir algo razoável… Não chegou nem aos pés do que poderia ser feito com uma câmera boa e bem configurada, mas a minha principal dica é não deixe de tentar!!! Até hoje guardo a sensação de arrebatamento que a imagem real me causou quando olho pra minhas fotos.


Aterro do Flamengo Superlua – © Simxer


E por último, mas não menos importante, dicas matadoras de sites e aplicativos que o Vladimir sugeriu pra quem realmente não quer perder nenhum evento celeste e ter as melhores oportunidades para fazer enfim aquela foto da lua!

Bom, dito tudo isso, agora é praticar pra ter aquela foto inesquecível da lua!!!

Até a próxima!

Se você quiser dar uma olhada nas fotos do Vladimir (ele fotografa outras coisas também com a superzoom), dê uma olhada lá no facebook dele!

Simxer


Simxer é fotógrafa profissional há mais de 10 anos, editora e fundadora do Foto Dicas Brasil, proprietária do Estúdio La Fotografia. www.LaFotografia.com.br, além de ter criado e ministrar o "Workshop Fotografia Profissional para Amadores". Sua paixão por fotografia, pessoas, tecnologia e empreendedorismo, resultou no fascínio de trabalhar fotografando empreendedores, ensinando fotógrafos amadores e iniciantes, e na criação desse site onde escreve e compartilha tudo que aprende e continua aprendendo.

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

@poesiadasimagens


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
@poesiadasimagens

 
 
 
 
 

Prezados seguidores e leitores. 

O Atila’s Produções Fotográficas criou, no Instagram, o perfil @poesiadasimagens, cujo objetivo é selecionar fotos que marcarem a hashtag #poesiadasimagens, para destaque no referido perfil.

A foto que utilizar a hashtag #poesiadasimages e se for selecionada para Destaque, será postada na página @poesiadasimagens, criada neste blog para esse fim, http://www.julioatila.com/p/blog-page.html.

O usuário do Instagram que queira participar da nossa galeria basta usar, em suas fotos, a hashtag #poesiadasimagens, não se esquecendo de colocar na postagem o lugar de onde a imagem foi clicada (Cidade, Estado, País etc...).
Participem e Boa sorte!
ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

sábado, 7 de dezembro de 2013

Feliz Natal! Feliz 2014!


  ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS


O Atila’s Produções Fotográficas deseja a

todos os seguidores e leitores um Feliz Natal!

E um 2014,  de realizações, conquistas,

prosperidade e muita paz!

 

Eu procuro transmitir, em minhas fotos, à beleza da

natureza,



    


 




O afeto, a ternura, a dedicação, o carinho, a

felicidade e o amor ao próximo,
        





a liberdade



















e novos horizontes,


















visando um mundo melhor!






Julio Atila





terça-feira, 12 de novembro de 2013

Km de Brinquedos de 2013 - Sonhar Acordado Brasília


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS


FOTOS - Km de Brinquedos 2013
(clique no título)
1520 metros, 7985 brinquedos.
 





 
Sonhar Acordado Brasília


Seja um voluntário do Km de Brinquedos 2013 e participe de um dia mágico que tornará o Natal de muitas crianças carentes mais alegres!!


             A campanha do Km de Brinquedos está na reta final. No dia 23 de novembro o Inmetro fará a medição oficial do montante de brinquedos arrecadados no shopping Pátio Brasil.


              Para que isso aconteça é necessária a realização de atividades prévias como triagem de brinquedos, enfileiramento, seleção de doações entre outras e VOCÊ é nosso convidado a trabalhar como voluntário na formação do Km de Brinquedos.


Venha se divertir conosco neste sábado!! Vagas limitadas!

Interessados devem inscrever-se no seguinte link:

https://docs.google.com/forms/d/1MFKVsR2I6VpVO1F3YRbn9t_4ar9TbAWcZYeTEY3KdDc/viewform

Taxa de participação:  R$30,00 (vinte reais), incluindo camiseta do evento e  alimentação do voluntário.

Horário de chegada dos voluntários: 9h (nove horas).

Maiores informações:  Walmor (61) 8180-8444 e Felipe (61) 8622-4797


O Sonhar Acordado Brasília está np Facebook:  www.facebook.com/sonharacordadobrasilia



Programa SuperAção
Ong Sonhar Avordado Brasília




ONG lança programa de arrecadação de brinquedos para ajudar crianças de Brasília neste Natal.

A ONG Sonhar Acordado, organização internacional sem fins lucrativos que realiza ações no âmbito cultural, socioambiental, recreativo e esportivo, acaba de lançar nesta semana o “Km de brinquedos”, programa focado na arrecadação de brinquedos em Brasília. O objetivo é recolher presentes para crianças de diversas instituições de caridade do Distrito Federal no Natal.
    
“Nossa meta neste ano é arrecadar oito mil brinquedos em Brasília, quase o dobro do arrecadado no ano passado, quando foram recolhidos 4.165 presentes”, afirma Walmor Gomes, coordenador do projeto. Ao todo, mais de 70 pontos de arrecadação estão distribuídos pelo Distrito Federal. Para conhecer o local mais próximo, o doador deve acessar o site www.sonharacordado.org.br/brasilia/ ou a fan page www.facebook.com/sonharacordadobrasilia.

Essa edição conta com o mote “ajude um Brinquedo a encontrar uma Criança” e a arrecadação vai até o dia 18/11. Todo ano, os brinquedos são enfileirados e medidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Neste ano, o evento de medição será realizado no dia 23/11, das 9h às 18h, no Pátio Brasil Shopping.
  
O projeto “Km de Brinquedos” foi realizado pela primeira vez em 1999. Até 2010, a arrecadação foi feita pela Associação Gente Nova.  Desde 2011, sua realização é promovida pela ONG Sonhar Acordado. Na edição passada, 27 instituições foram beneficiadas.


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS



terça-feira, 29 de outubro de 2013

SINFOC-DF - Convocação - Assembléia Geral Extraordinária

ATILA'S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS


Prezados Associados

Estamos convocando toda a categoria de Fotógrafos e Cinegrafistas do Distrito Federal para comparecerem à Assembléia Geral Extraordinária que vai ser realizada em 25/11/2013 nas Dependências da Fecomércio/DF conforme edital publicado no Diário Oficial e Jornal de Brasília.
Contamos com a presença de todos.

“Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do Distrito Federal – SINFOC/DF

Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária

A Presidente do Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do Distrito Federal – SINFOC/DF, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto, convoca todos os membros da categoria econômica de fotógrafos e cinegrafistas profissionais autônomos estabelecidos no Distrito Federal, inclusive aqueles que possuam pessoas jurídicas registradas em seu nome, mas que exerçam como autônomo a profissão, integrantes do 3º Grupo do Plano da CNC, bem como as atividades de filmagens de festas e eventos, estúdios fotográficos, estúdios cinematográficos, laboratórios fotográficos e serviços de microfilmagem estabelecidos no Distrito Federal, para a AGE que será realizada no dia 25/11/2013 às 18:00h (1ª convocação) e 18:30h (2ª convocação) no SCS QD 06 BL A Nº 206 ED. Newton Rossi 7º andar Brasília-DF, para deliberar sobre: a) alteração do estatuto para se adequar às Resoluções da CNC; b) extensão da base de representação abrangendo as empresas com atividades de produção de fotografias,  filmagens de festas e eventos, estúdios fotográficos, estúdios cinematográficos, laboratórios fotográficos e serviços de microfilmagem; c) Alteração de denominação de Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas profissionais autônomos do Distrito Federal – SINFOC/DF para Sindicato das Empresas de Produção de Imagens, Fotografias, Filmagens e Profissionais Autônomos do Distrito Federal – SINFOC/DF; d)assuntos gerais. Ana Alice de Souza – Presidente - Brasília-DF 28 de outubro de  2013.


 Att.
A Diretoria


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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Luz e sombra – uma não existe sem a outra


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

(matéria publicada no site: http://photos.uol.com.br/)

Luz e sombra – uma não existe sem a outra

Ricky Arruda comenta a importância destes dois componentes da fotografia

Fotos: Ricky Arruda

Muito se fala sobre a luz. Todos nós sabemos a importância que uma boa – e bonita – luz tem em uma fotografia.  Há quem diga que a luz é tudo em uma foto. Sem extremismos, pode-se dizer que a luz é quase tudo, porque a ela precisam se somar o momento, a situação, a estética, o interesse entre outras coisas. Mas vejo pouca gente comentando sobre a sombra – ou as sombras.  E elas são tão – ou mais – importantes do que a luz.  Na verdade, uma não existe sem a outra.

Em uma música, os silêncios, as pausas, são tão ou mais importantes que os acordes. Ditam ritmos, dão respiros. Na fotografia a sombra, seja suave ou dura, tem também importância essencial. Por mais delicada e suave que seja a luz, bem difusa e equilibrada, em algum lugar e de alguma forma teremos que lidar com algum tipo de sombra, que precisa, nesse caso, estar também suave, quase inexistente, e equilibrada. Se ao contrario, tivermos uma luz dura, bem definida e forte, ainda mais importantes serão as sombras, pois elas terão relevância.




E tem mais: para enxergarmos a luz, muitas vezes é mais fácil olharmos as sombras. Outro dia eu conversava com um pequeno grupo de fotógrafos em inicio de carreira e falei sobre as sombras – e sobre a importância delas. Foi aí que alguém me interrompeu dizendo: “Que boa dica Ricky, fica realmente mais fácil olharmos as sombras para enxergarmos a luz”. Então vamos olhar para as luzes e sombras, para fazê-las adequadas ao que pretendemos.

Inicialmente, vamos lembrar que qualquer dispositivo que produza luz pode ser utilizado para bem iluminar uma fotografia. Logo em seguida é importante saber o tamanho de cada dispositivo, que produzirá luz em determinada quantidade de espaço, e também se ela se apresenta focada ou dispersa. Em seguida, temos que ver a intensidade dessa luz e sua potência. Com esses dois pontos vistos, temos que atentar para a ‘razão de contraste’, que basicamente significa a forma que distribuímos as luzes e suas potências. E finalmente, a temperatura dessa luz, que influi significativamente na cor da imagem final.

Uma das primeiras atenções que precisamos ter é sobre a luz suave ou a luz dura. Cada uma tem suas dificuldades, suas virtudes e qualidades, suas limitações e sua utilidade. Outra anotação relevante, de algo que muitas pessoas acabam não se dando conta ou o valor necessário: iluminar é muito diferente de clarear. Iluminar é destacar relevos, formas, luzes e sombras, de forma correta e adequada a valorizar o que se fotografa. Portanto, gente que acha que clareando tudo – às vezes até no computador, em pós-produção – definitivamente está invertendo o processo, porque a fotografia deve ser resolvida no clique, na hora de sua realização, e não depois disso.





A luz suave, bastante difusa e generalizada, não apresenta sombras marcadas ou, até mesmo não apresenta sombras quaisquer. É preciso saber o que queremos, qual nosso objetivo e o efeito que pretendemos. Mas o fato é que com uma luz suave e sem sombras, não corremos o risco de termos uma fotografia muito ruim. A luz suave, ao contrário da dura, causa sensações de delicadeza, de tranquilidade. A luz suave, se for mal aplicada, trará um resultado final sem graça, sem muita essência. Já uma luz suave bem feita, requer que se use a luz de forma correta, seja através do uso de modificadores, tais como rebatedores e difusores, seja através da correta percepção dela, em sua forma natural. Um exemplo simples é um dia nublado, quando as nuvens servem como um grande “haze” natural.

Para criarmos uma bonita luz suave, não basta afastar o modelo da fonte de luz, porque a intensidade se esvairá. Para isso, devemos usar os rebatedores e difusores, sendo que os primeiros, como o próprio nome diz, rebatem a luz vinda de determinada fonte, até chegarem ao objeto fotografado, e os segundos filtram essa luz, entre o emissor e o objeto.

Já aquela que chamamos de luz dura, tem sombras bem marcadas, definidas. A luz é contrastada, significativamente alta em algumas partes e baixa em outras. Incide de forma direta sobre o objeto fotografado.  É importantíssimo sabermos lidar com essa luz dura.  Vamos notar que a sombra sempre apresenta muito impacto e impressões fortes –  lembrando que ela é bem visível, nos erros e acertos. A luz dura marca silhuetas, coloca efeitos ‘dramáticos’ na imagem, desvia ou foca atenções. Além disso, a luz dura ressalta os defeitos e imperfeições. Como exemplo fácil, temos um dia de sol forte e céu claro e aberto.






Nenhuma luz é melhor que a outra. Também não há uma luz certa para tudo. O que precisamos é aplicar corretamente cada uma delas, para os casos adequados, e levando em conta o resultado final que pretendemos. Pois bem. Tratei no meu post anterior, dos momentos e formas em que podemos fazer fotos posadas de casamento. E agora, para completar aquele tema, quero ressaltar algumas formas que utilizamos, eu e a Anna Quast, minha esposa, para iluminarmos aquelas imagens.

Para a cobertura de casamento não levamos flashes de estúdio, com seus vários modificadores de luz, mas apenas quatro flashes speedlight (no nosso caso os 600RT, da Canon), que podemos disparar fora da câmera, via rádio. Levamos também alguns difusores e rebatedores, que se encaixam a esses flashes. Além disso, utilizamos também dois dispositivos portáteis de luz contínua, com regulagem de intensidade e também com possíveis difusores. Buscamos, na elaboração da imagem, locais que nos propiciem a correta iluminação, mesmo com algumas dificuldades. Paredes e tetos podem ser usados para rebater a luz. Cortinas e detalhes servem para filtrar a luz. Elementos de arquitetura ou de decoração podem nos fornecer sombras. Com esses pequenos recursos, realizamos as fotos posadas, algumas delas marcando luzes e sombras, duras, e outras rebatendo e difundindo luzes, para fazê-las mais suaves.

Além de tudo que já tratamos acima, é importante lembrarmos da direção da luz. Uma luz muito frontal, de regra, tende a ‘chapar’ o objeto, sem valorizar suas formas e silhuetas. De regra uma luz ‘correta’ e que funciona é a utilização de uma fonte principal a 45 graus, com uma secundária na lateral oposta (pode ser um rebatedor) posicionada próxima do eixo da câmera. Na fotografia temos que tomar cuidado com a fotometria, especialmente para que o olho do lado sombrio não fique totalmente na sombra.



Vamos beber aqui um pouco na Pintura, em um dos grandes mestres do retrato pintado. Rembrandt, pintor holandês, lá pelos anos mil e seiscentos, utilizava a técnica do ‘chiaroscuro’, ou seja, do claro e escuro, coisa que antes Caravaggio já fazia (Da Vinci também utilizava). Essa técnica de luz consiste no forte posicionamento da luz e da sombra, sendo que esta fazia parte da composição e também da ‘alma’ da imagem, pintada.

Usamos também uma técnica de projetar sombras nos fundos, destacando os noivos. São fotos que chamam atenção e não apresentam grandes dificuldades. Temos apenas que cuidar para ver os recortes destas sombras. Mas às vezes é muito bonito fotografarmos em contraluz, valorizando silhuetas, formas e contornos. São fotografias sempre interessantes e que, especialmente num casamento, uma vez que os vestidos e véus possuem transparências, rendas, texturas e detalhes que valorizam bastante a silhueta e a contraluz.

Como escrevi lá no início, não existe luz sem sombra. E muitas vezes, a sombra compõe, recorta, dá forma, completa ou insinua. Vale fotografar a sombra também. Com ela contamos histórias. Fotografando com meu celular, no meu dia-a-dia, sempre me deparo com luzes e suas sombras. E, muitas vezes, nesse gostoso exercício diário de fotografar sem compromisso, podemos dar margens a experimentações, ideias, treinar o olhar e as possibilidades.

Por hoje é isso. O objetivo não era esgotar o tão amplo – e importante – tema da iluminação nem descer a detalhes de técnicas e possibilidades, mas essencialmente deixar o recado de que uma foto bem iluminada é essencial – e que isso é possível fazer de forma simples e eficaz.




Para ilustrar esta coluna algumas fotos de noivas e outras que destacam a importância das sombras na confecção de uma bonita imagem. Há fotos capturadas com câmeras e outras com telefone celular, publicadas no Instagram (@rickyarruda).


ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS