terça-feira, 10 de maio de 2011

Os segredos da fotografia de desfiles de moda

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS




DORIVAL ZUCATTO

Artigo tirado da revista Fotografe Melhor, da Editora Europa Ltda. – Edição Extra.
O especialista Dorival Zucatto revela os macetes para clicar desde concursos de modelos até o Fashion Week
 Por LIVIA CAPELI
Dos desfiles das grifes em shoppings centers aos concursos de modelos e misses em pequenas cidades, passando pelos megaeventos em São Paulo e no Rio de Janeiro, ao estilo das grandes semanas prêt-à-porter de Paris, Milão e Nova York... Nunca o mundo fashion ganhou tanto destaque no Brasil como atualmente. O que faz que as oportunidades aumentem aina mais para os fotógrafos que querem pegar carona na passarela da moda.
Entretanto, não basta apenas investir no melhor equipamento fotográfico para se tornar um especialista em fotografia de desfiles. É preciso ir além: ter uma credencial para cobrir o evento, possuir domínio total da técnica e reservar um bom lugar no pit, aquela pequena arquibancada de frente para a passarela com cinco níveis reservada para os fotógrafos e cinegrafistas.
Com diversas coberturas de desfiles no portfólio, entre eles o Fashion Rio e São Paulo Fashion Week e, o fotógrafo Dorival Zucatto (ou Dodô, como também é chamado pelos colegas de profissão) conta como é o caminho das pedras para quem quer se especializar em clicar o assunto.

Confira as dicas.
Primeiro passo
                O fotógrafo focado em desfiles de moda tem um vasto campo para explorar. É o que afirma Zucatto: “Há oportunidades desde eventos pequenos até entre os mais concorridos”, diz. Ele sugere aos iniciantes que comecem a fotografando concursos de beleza que ocorrem na maioria das cidades brasileiras, como também desfiles de moda promovidos por clubes no interior, shoppings e centros comerciais como o Brás e o Bom Retiro em São Paulo (SP).
                “Os trabalhos menores não devem ser desprezados nem pelos que já estão atuando na área, muito menos pelos iniciantes, porque sem eles não há como se ganhar experiência e montar um bom portfólio para alcançar os grandes eventos”, recomenda ele, que iniciou a carreira fotografando concursos de misses em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
                O caminho para chegar a esses eventos menores é mais fácil. Segundo Zucatto, basta entrarem contato com a organização do desfile e pedir autorização para fotografar: “Raramente recusarão. Se for preciso, explique que as imagens serão usadas em portfólio e ofereça como cortesia algumas fotos, o que pode render um bom contrato comercial”.
                Outra dica é tentar fazer amizade com fotógrafos contratados para cobrir o evento. Existe certa camaradagem entre os profissionais da área e há muitas dicas que podem ser colhidas. Em troca, ofereça fotos de ângulos diferentes daqueles que o colega não pode captar.
Salto alto
                Para quem pretendem enfrentar maratona dos grandes desfiles de moda, as dificuldades podem ser bem maiores, já que é preciso fazer um pedido de credenciamento de imprensa com antecedência para cobrir o evento e ter acesso ao espaço reservado aos profissionais.
                As credenciais são emitidas por assessorias de imprensa, e dependendo do evento, a prioridade é dada aos fotógrafos de jornais de renome, contratados pelos estilistas, sites ligados a moda e grande portais de notícias.
                Entretanto, Zucatto afirma que mesmo os fotógrafos que não trabalham para nenhum veículo têm chances de concorrer ao passaporte: basta credenciar-se por um jornal ou revista de bairro ou até a um blog de moda.
                No caso do São Paulo Fashion Week, por exemplo, as credenciais são distribuídas por dia, ou seja, fotografar o dia de hoje não garante o acesso aos demais dias de desfile. O cadastro para a semana da moda na capital paulista deve ser feito por meio do site prcom.com.br/spfw. Já o credenciamento para o Fashion Rio é feito pelo approach.com.br.
                Outro evento importante de moda é a Casa de Criadores, que acontece em São Paulo (SP) e tem como objetivo revelar novos talentos da moda. Para tentar credenciar, basta acessar o site da assessoria: namidia-com.com.br.
Lugar ao sol
                Depois de vencer a corrida pela credencial de imprensa, o fotógrafo de desfile precisa disputar com cinegrafistas e outros fotógrafos um bom lugar no pit, ou no espaço reservado pelo evento aos profissionais. O momento da acomodação é um dos mais estressantes e quem chega com antecedência fica com as melhores posições na arquibancada montada de frente para a passarela.
                “As imagens mais vendáveis de um desfile de moda são aquelas nas quais se consegue captar a modelo bem de frente”, diz Zucatto explicando que o segredo está em se posicionar ao lado do cinegrafista oficial do evento, que fica bem no centro do pit. Entretanto, ele recomenda aos iniciantes que façam uma experiência se posicionando em vários pontos da arquibancada para captar ângulos diferentes.
                Outra dica do especialista é acompanhar os ensaios que antecedem os desfiles, pois, como a sala abre uma hora antes para os fotógrafos se acomodarem, é bom aproveitar para verificar a coreografia e a iluminação do evento. È esse momento que o fotógrfao poderá definir o white balance (balanço de branco) que será utilizado, aumentar ou diminuir a sensibilidade do ISSO (para um desfile o ideal é entre 400 e 800), como também cavar um espaço para passagem das objetivas, já que durante o desfile os profissionais conseguem apenas fazer movimentos restritos, como apertar o botão de disparo da câmera. Por isso, deixar para fazer as devidas regulagens no equipamento fotográfico na hora do acontecimento é algo inviável – não são raros bate-bocas e pequenos desentendimentos no pit por conta das condições de trabalho a que ficam submetidos os fotógrafos até o início do desfile.
Mundo fashion
                Em um desfile existem dois momentos importantes que o fotógrafo deve ficar atento para captar: a “passada” da modelo e a parada na ponta da passarela.
                Segundo Zucatto, o primeiro é o mais complicado, pois é quando a modelo está em movimento. Por isso, se faz necessário ajustar a câmera para velocidades de sincronismo acima de 1/250s, evitando assim imagens tremidas.
                “Atualmente, os desfiles têm muita atitude e belas coreografias – os modelos desfilam com passadas rápidas e são bem dinâmicos.. Isso exige que se conheça bem a câmera, sabendo qual tempo de retardo entre a captura de uma foto e outra”, explica, ressaltando: “A passada da modelo é um dos momentos mais bonitos do desfile e deve ser captado, de preferência, quando a modelo, ao caminhar, está com os dois pés no chão”, ensina.
                As fotos realizadas com a modelo parada na ponta da passarela são bem mais fáceis, porém, exigem agilidade para captar o momento que dura entre 2 e 3 segundos.
No estilo
            Outra dica é com relação ao enquadramento usado para captar cada tipo de roupa: vestidos pedem fotos do corpo inteiro, já moda praia exige cortes acima do joelho. Não deixe de fazer fotos que destaquem acessórios, como brincos, bolsas, sapatos e chapéus.
                Ele sugere ainda o registro de bastidores, como estandes e backstage – local de acesso fácil (basta apresentar a credencial principal para entrar) e tão importante quanto o desfile, pois as novas tendências relacionadas ao mercado de beleza nascem ali: “No backstage é possível permanecer por 15 minutos e clicar top models durante o make-up. Entretanto, por ética, abaixe a câmera ao perceber modelo trocando de roupa”.
                Zucatto explica que retratar todos esses temas rende boas oportunidades, pois o material pode ser comercializado com fabricantes de acessórios e veículos interessados em comportamento, moda, beleza e maquiagem.
                Para quem encara megaeventos de moda, contar com mais fotógrafos na equipe é vital, pois ao final de cada desfile é preciso correr até a sala de imprensa e descarregar as fotos, fazer ajustes e enviar para sites e agências de notícias. “Esse trabalho pode ser feito por um assistente, enquanto se garante lugar no pit para o próximo desfile (no Fashion Week, por exemplo, em média são oito por dia). Outros fotógrafos podem ajudar a captar fotos de coro inteiro, que mostrem o público, closes, detalhes...”, diz.
O básico da moda
            Para Zucatto, o kit fundamental para cobrir desfiles é composto por uma câmera digital SLR, como alguns modelos oferecidos  pela Nikon, Canon e Sony, entre outras, além de lentes zoom luminosas, como a Nikkor 80-200 mm f/2.0 e a Canon 70-200 mm f/2.8 – dando preferência para as objetivas com função autofoco contínuo.
                Inclua também uma mei-tele luminosa, como uma 18-70 mm ou 24-70 mm, para as fotos no backstage. Uma quantidade razoável de cartões de memórias de média capacidade (exemplo: 4 GB) e rápido armazenamento 9como 133x) não deve ficar fora. “Capture as fotos em formato JPG de alta qualidade. O RAW, nesse caso, só é necessário caso você seja contratado para trabalho específico”, aconselha.
                Já o uso de flash é dispensado, pois além do tempo de reciclagem do acessório que não irá acompanhar o ritmo do evento, eliminará todo clima da iluminação do desfile. Um monopé que possa ser regulado até a altura dos olhos (para evitar que se fique curvado durante o trabalho) não deve ser esquecido.
                Zucatto faz a última ressalva: “Conversar com os produtores do evento e acompanhar os ensaios de cada desfile passam credibilidade para o cliente. Além disso, estude sobre o assunto, procure saber sobre o universo fashion. Isso tornará você um expert no tema”.

Com 13 anos de experiência, o fotógrafo Dorival Zucatto, 42 anos, se especializou em moda. Após cursar as faculdades de Psicologia e Assistência Social, abriu mão dos dois diplomas para investir na sua grande paixão: a fotografia. Foi como assistente do fotógrafo italiano Danilo Russo que ele deu os primeiros passos rumo à fotografia da moda. Ao poucos, conquistou espaço nos grandes eventos do mundo fashion, se tornando um expert em clicar desfile de moda.
                Suas dicas sobre o assunto também já estiveram nas páginas da edição 101 de Fotografe Melhor, na qual a reportagem “Como fotografar um desfile de moda” ensinava alguns truques e falava dos bastidores da cobertura do São Paulo Fashion Week.
                Atualmente, ele mantém um estúdio localizado no Ipiranga, em São Paulo. Suas fotos já foram publicadas nas revistas Caras, Fluir, Playboy e Corpo e Plática, entre outras.
ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

domingo, 24 de abril de 2011

Como se tornar um fotógrafo profissional

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
Caminhos para se tornar um fotógrafo profissional
Confira dicas para entrar no mercado dadas por quem contrata ou ensina e por quem já chegou lá.
O que o mercado exige e o que você tem que fazer para chegar lá.
Por NATÁLIA MANCZYK
Artigo tirado da revista Fotografe Edição de 14º Aniversário
Ano 14 – Nº 168 – Setembro 2010
 Quando decidiu ser fotógrafo profissional, Wellington Nemeth trabalhava em uma empresa aérea. Fez um acordo com a companhia e o dinheiro da indenização ele investiu na primeira câmera. Já Dorival Zucatto, formado em Psicologia e Serviço Social, conseguiu a primeira câmera profissional propondo a compra de Zenit do amigo que havia sofrido um acidente de moto e precisava de dinheiro para consertá-la. Os dois são hoje reconhecidos, respectivamente, na fotografia social de moda. Mas até abrirem as portas que levam ao mercado profissional tiveram que, além de investir em equipamentos, fazer assistência para fotógrafos renomados, ter bons contatos e batalhar para o desenvolvimento técnico.
  
                Desde o momento em que se descobre o gosto pela fotografia até passar a exercê-la de modo profissional há muitas portas para serem abertas e um grande caminho a ser percorrido, que pode incluir desde a frequência em cursos livres e a ajuda de um bom profissional até o aprendizado individual por meio de muito treino. Entretanto, após desenvolver-se na área, é necessário ainda enfrentar mais um obstáculo: a entrada no mercado. Para isso não há receita pronta, mas uma série de ingredientes como dedicação persistência, conhecimento, talento, sorte, paciência, senso de oportunidade, ética, entre outros. O segredo é misturar pelo menos três desses ingredientes para criar a sua própria fórmula de sucesso.
Para começar, fotografe.
                Em todas as áreas da fotografia, quem contrata exige sempre que seja apresentado um bom portfólio, mas engana-se quem pensa que é necessário estar no mercado para produzi-lo. Aqueles que planejam se tornar profissionais devem estar sempre fotografando. “Não adianta achar que é fotógrafo sem fotos para mostrar. E, para isso, tem que fotografar”, indica Thales Trigo, diretor da Fullframe Escola de Fotografia e ex-coordenador do Bacharelado em Fotografia do Senac-SP.
                O fotojornalista Gustavo Roth, editor-adjunto de fotografia da Folha de S. Paulo, diz o mesmo. Para ele, o candidato não pode deixar de fazer fotojornalismo só porque não está no mercado. Felipe O’Neill, que, aos 23 anos, é fotojornalista do jornal O Dia, sugere: “Quem está começando não pode dizer ‘ninguém está me pautando, então não tenho feito nada’. É muito importante se pautar. Tudo pode ser fotografado e até se tornar pauta”.
                No entanto, não é só no fotojornalismo que é possível fotografar sem fazer parte do mercado. Na fotografia de moda, entrar em contato com agências de modelo e com maquiadores para fazer uma produção por conta própria, frequentar desfiles e fazer contatos com estudantes de moda, que geralmente precisam de fotógrafos para suas produções, são algumas das opções. Também não é um empecilho a falta de um estúdio: as produções podem ser externas e vale se basear no trabalho de um fotógrafo que você admire, apoiando-se na luz e no posicionamento usado por ele, mas tentando ao máximo colocar oersonalidade no trabalho.
                Já na publicidade, que exige um conhecimento mais técnico, os profissionais indicam começar em outra área. “Além de técnica, exige bom equipamento e habilidade. É melhor iniciar pela fotografia editorial”, sugere o fotógrafo Cristiano Burmester, diretor do Abrafoto – Associação Brasileira dos Fotógrafos de Publicidade.
                Formado em Rádio e TV, Gabriel Wickbold, 25 anos, aprendeu fotografia de modo autodidata. Hoje tem um trabalho autoral que lhe deu projeção no meio artístico, da moda e da publicidade. “O mercado de publicidade é o mais perfeccionista. Se o fotógrafo tem dúvidas quanto à técnica e ao tratamento, melhor esperar. Na fotografia de publicidade, ele tem de saber também que será um executor. Se quiser criar, a moda dá mais liberdade”, afirma. O fato de ter montado um estúdio deu visibilidade ao trabalho de Gabriel. “Pude ter meu espaço e o meu equipamento para pirar. Mas montei sem saber nada. Pesquisei como montava e fui em frente”, conta.
Assistência na moda.
                Na fotografia de moda e publicidade, uma boa porta de entrada ainda é ser assistente de bons fotógrafos. “O iniciante acaba tendo contato com os problemas que ocorrem na produção da foto. E mesmo sendo o fotógrafo quem os resolve, dá para aprender”, explica Dorival Zucatto, que foi assistente do fotógrafo de moda Danilo Russo. Alex Villegas, atualmente professor do Instituto Internacional de Fotografia, escola de Danilo Russo, também foi assistente desse mesmo fotógrafo.
                “Para estudar fotografia a fundo como queira, eu era obrigado a trabalhar com isso”, justifica ele. Villegas sempre se interessou por fotografia, as até exercê-la profissionalmente teve um caminho diferente: “Comecei por outra ponta na fotografia, o tratamento da imagem”, diz. Ele iniciou a carreira como designer e trabalhou em uma multinacional de produção gráfica. Depois de entrar em uma lista de discussão sobre fotografia, conheceu o fotógrafo Marcos Kim, especializado em tratamento de imagem, e, com advento da era digital, os dois sentiram necessidade de criar uma empresa de gerenciamento de cor.
                “Eu estava me arriscando na fotografia comercial e sentia falta de um conhecimento técnico e artístico. Decidi trabalhar com Danilo Russo”, conta Villegas. Depois de um ano e meio, ele sentiu que havia alcançado o nível que desejava e trilhou um caminho individual. Segundo ele, ainda hoje recebe dicas de Danilo. “Ele olha meu portfólio e dá conselhos. O fotógrafo para qual o iniciante dá assistência pode se tornar uma espécie de mentor. É uma pessoa para confiar para toda a vida. Outra vantagem de ser assistente é que o iniciante pode se focar, se aprofundando na vertente do fotógrafo, o que não acontece com um curso livre. Além disso, quem foi assistente consegue encarar o cliente com mais naturalidade do que quem ainda não teve contato com o mercado”, cita.
                Danilo Russo, o mentor de Zucatto e Villegas, ensina: “Nas cidades onde há pouca chance de ser assistente de alguém mais experiente, um bom começo é fazer books de parentes, amigas ou conhecidas. É um treino para dirigir modelos e estudar poses. Ler artigos e ver fotos em revistas especializadas, ter referências, ir a exposições, estudar os mestres da fotografia... Tudo isso é importante para quem quer se tornar um profissional, em qualquer área da fotografia”.
                Wellington Nemeth, há seis anos assistente do fotógrafo Mauro Holanda, também desenvolveu no período tanto a técnica quanto o atendimento. “Como nunca fiz um curso de fotografia, absorvi muito como assistente. Aprendi sobre usar a lente certa na hora certa, filtros, temperatura da cor, técnica do olhar, composição, luz, produção e pós-atendimento na prática, sem contar a infinidade de livros que há no estúdio e que pude ver para ter referências”, diz.
                Mas para quem ainda quer entrar no mercado, como conhecer grandes fotógrafos para ter chance de trabalhar com eles? Frequentar o meio para conseguir uma rede de contatos e mostrar dedicação são algumas das maneiras. “Network é metade do caminho. Mas não adianta ter network e não ter o que apresentar”, indica Villegas. Na hora de buscar um fotógrafo para prestar assistência, ele dá uma dica: o iniciante deve procurar alguém com quem se identifique, pois trabalho é pesado. “O assistente está lá para aprender por osmose. Não tem espaço para ego”, compara.
Para se manter.
                Apesar do grande aprendizado como assistente, o iniciante deve se programar para o baixo salário do serviço. Villegas preferiu ser assistente do que fazer um curso em Londres que havia planejado e, assim, usou o dinheiro guardado para se manter durante o período de grana curta.
                Nemeth fazia trabalhos paralelos como freelancer e Zucatto tinha um trabalho fixo como funcionário público, atuando como assistente à noite e nos finais de semana, o que ele indica: “Na moda, aparece muito trabalho nesse período. Eu tenho hoje um assistente que fica comigo à noite e nos fins de semana. Os lojistas não querem deixar de cuidar de seus negócios de moda durante a semana”. Para os iniciantes, uma dica é começar fotografando essas lojas mais simples, como sugere o fotógrafo de moda Mauri Granado: “Você tem mais chance de ser contratado e pode ir treinando e fazendo editoriais cada vez mais elaborados para marcas maiores”.
                Para Zucatto, é por haver uma afinidade de níveis de lojas que, apesar do surgimento de diversos novos fotógrafos com a tecnologia digital, há espaço para todos nesse mercado. “Tem trabalho para todo mundo porque há vários níveis de clientes e, assim, de fotografia. O mercado não está saturado”, acredita.
Vale a técnica.
                O mercado sofreu muitas mudanças com o desenvolvimento da tecnologia digital. Na publicidade, apesar da importância de se começar como assistente, a função tem diminuído. “Como a fotografia ficou mais acessível, as pessoas têm queimado etapas e deixado de procurar ser assistentes”, diz Cristiano Burmester. Segundo ele, a era digital mudou também a forma de produzir: “Gasta-se menos com produção porque existe a ajuda do digital e a fragmentação das mídias, em que uma imagem agora pode ser pensada para internet”.
                No mercado atual, ele observa que a concorrência é grande, principalmente em São Paulo, pois os clientes querem pagar menos, o que dificulta a procura por um trabalho diferenciado e aumenta a concorrência. Para quem imagina que o fotógrafo de publicidade é o que tem maior retorno financeiro, Burmester comenta: “O fotógrafo de publicidade ganha proporcionalmente ao custo da produção. Quanto maior a produção, maior será o retorno”. Ele indica para os iniciantes que, além de apresentarem o trabalho no Flickr, em blogs ou sites, tenham contratos e sejam mais polivalentes, isto é, entendam também de itens comerciais como as burocracias para aprovação do trabalho e prazo de pagamento.
                “Também é preciso ter muita técnica, entender bem de estúdio e ter muita paciência e jogo de cintura”, sugere a fotógrafa Paola Vianna, da agência Lew’Lara. Esse perfil é bastante necessário para o fotógrafo de publicidade, pois ele tem menos liberdade para criar e deve cumprir exatamente o que foi determinado pelo cliente. “Não é fácil fotografar com alguém dirigindo sua luz o tempo todo. Se o cara encana que quer o suor da garrafa com a gota um pouco mens redonda, você tem que cumprir”, exemplifica.
                Paola é formada em Publicidade e aprendeu fotografia sozinha, no estúdio da redação das revistas Época e Quem, onde trabalhou por dois anos e meio na seção de fotografia, pautando os fotógrafos e editando. “Dentro da redação, comecei a fazer assistência e a fotografar coisas pequenas, produto. Eu não tinha noção. Ia mexendo ou perguntando”, lembra ela, que apesar de formada em Publicidade, não se identificava com o curso e sempre procurou outra área para trabalhar. “Fazia essas produções pequenas, mas queria começar a fotografar mais. Um diretor de arte da revista me apresentou para o renomado André Schiliró. Como a assistência não era remunerada, trabalhava na revista de manhã e com ele à tarde”, conta. Depois de três meses com Schiliró, uma amiga que trabalhava na Lew’Lara a indicou para a vaga. “Ela me disse que o Luiz Moretti, que trabalhava na agência, estava trovando a equipe e precisava de assistente. Hoje ele tem estúdio próprio, mas eu continuei na Lew’Lara. Fazer assistência é a melhor escola”, diz.
                Paola é fotógrafa no estúdio da própria agência, o que é comum em grandes da área. “A vantagem é que conseguimos apresentar para o cliente um projeto mais concreto e viabilizá-lo com custo mais baixo. A empresa consegue produzir com custo até 50% menor, sem precisar gastar com aluguel do equipamento, do estúdio e o custo do fotógrafo”. Com estúdios na agência, ela desenvolve trabalhos não mais rafiados, mais sim “layoutados” – segundo o jargão publicitário – com a foto muito próxima do que será o produto final.
                Segundo Paola, no mercado atual o cliente cobra que o projeto seja apresentado dessa maneira. Assim, é importante que o fotógrafo de publicidade tenha a capacidade de visualizar o produto final em partes. “Nós fotografamos o fundo e os produtos separados. Ele tem que conseguir enxergar a imagem recortada”, explica.
Formação universitária.
                As exigências para a entrada no mercado também mudaram quando se trata de fotojornalismo. Se antigamente era mais comum haver fotógrafos que começaram como auxiliar no laboratório, motorista ou mesmo servente do jornal, hoje os editores exigem que o fotojornalista tenha curso superior. “A fotografia atualmente cobre assuntos mais frios, tem mais retratos e precisa de mais análise. O fotógrafo precisa ter conhecimento e referência, saber buscar informação e ver publicações estrangeiras. Se ele tem curso superior, é acostumado a isso”, explica Gustavo Roth, da Folha de S. Paulo. “A preferência é por formação em Jornalismo para que o fotógrafo tenha conceito de ética, de como funciona o jornal e de que tem sempre que ouvir o outro lado da reportagem”, complementa.
                O editor de fotografia do jornal gaúcho Zero Hora, Ricardo Chaves, resume: “Quem quer entrar no fotojornalismo deve ter no mínimo formação universitária. Desses com curso superior, é melhor quem for esperto. Desses, com curso superior e esperto, é melhor que tenham conhecimento multimídia e, desses, é melhor ainda quem fale outros idiomas. Mas não basta ter tudo isso se o fotógrafo não souber se comportar nas relações humanas. Trabalho jornalístico é trabalho de equipe”.
                Aos 59 anos, Kadão, como é apelidado, acompanhou as muitas mudanças na profissão. Ele diz que atualmente está sendo exigido ainda que o fotógrafo esteja na internet e que se manifeste também por meio do vídeo e, para isso, domine softwares de edição e entenda de cinema. Ele observa também que hoje os fotógrafos estão menos oportunidade para fazer uma pauta na rua devido ao alto custo e à facilidade de se conseguir fotos de amadores que tenham registrado o fato. “Antigamente, bastava estar na redação para sair e voltar com histórias interessantes”, ensina.
                Outra mudança é observada por Roth: “O fotógrafo era muito preocupado com a foto da capa. Hoje, ele tem que pensar que a foto pode ser publicada na capa do caderno, pode ser uma foto interna ou ter um corte diferente se entrar um anúncio. Ele deve trazer várias opções de corte e de cena. Tem que lembrar que é um ensaísta e deve buscar o entorno do fato e personagens”.
                O jovem Felipe O’Neill também enxerga essa tendência. “O mercado está cada vez mais sufocado pela quantidade de gente. Temos que explorar e criar cada vez mais. É importante identificar quem são as pessoas importantes na mídia, saber os cargos de cada um, sugerir pauta e trazer alguma história interessante que tenha visto na rua”. Quando pretendia entrar no fotojornalismo, ele costumava fazer pautas por conta própria, pedir a opinião de professores e fotógrafos sobre suas fotos e ver livros de fotografia. “No carnaval, em vez de me divertir, ia fotografar para treinar. Como não tinha credencial para entrar na Sapucaí, fotografei os blocos de rua do Rio de Janeiro e, como não podia entrar no Maracanã, fotografei os jogos de série B. Quando conseguia entrar nos eventos, ficava observando a postura dos fotógrafos e como usavam as lentes”, ensina.
                É o que está fazendo Bruno Pini, que, formado em Jornalismo desde 2009, está tentando entrar no fotojornalismo. Nascido em Cuiabá (MT), ele se interessou por fotografar na faculdade e, ao se formar, se mudou para São Paulo em busca de mais mercado na fotografia e de uma pós-graduação relacionada a jornalismo. “Trabalho com marketing, faço assessoria de imprensa de fotografia como freelancer. Mas quero mesmo ser fotojornalista”. Para treinar, ele tem fotografado por conta própria shows, cenas da cidade, esporte e uma greve de professores da rede estadual que acabou em confronto com a polícia. Para se aprimorar na técnica, ele fez curso de fotografia na escola FullFrame. “O curso foi fundamental. Ser autodidata é tentativa e erro, mas com a formação na escola a gente aprende a pensar muito antes de fotografar. Estou planejando fazer cursos complementares, como de flash externo e estúdio, conta.
Cursos livres.
                Os cursos livres têm sido bastante procurados por quem quer se profissionalizar em fotografia. A partir de junho de 2010, a escola paulista Focus passou a oferecer certificação profissional em fotografia e, desde então, 80% dos alunos que procuraram a Focus têm o  interesse em se profissionalizar. Enio Leite, diretor da escola, conta que grande parte dos interessados tem formação superior, inclusive em Fotografia. “O curso serve como uma complementação. É como quem faz Direito e quer ser juiz. Precisa fazer um curso mais específico e prestar concurso público. Mesmo com quatro anos de faculdade, ele não estudou aquilo com tanta profundidade”, compara.
                Para que os alunos tenham um maior apoio para entrar no mercado, a escola oferece um fórum, onde ex-alunos e empresas podem anunciar a procura de profissionais. “Vários dos nossos alunos já conseguiram emprego em fotografia dessa forma”. O professor também indica um ramo onde há mercado: os órgãos públicos. “Prefeituras, polícias civis, secretarias do meio ambiente e procuradorias públicas têm precisado de fotógrafos”, diz. Para quem pretende continuar trabalhando com fotografia analógica, a área é uma opção. “Os órgãos públicos usam muito a fotografia analógica, pois precisam confirmar a autenticidades das provas”, explica. A escola oferece simulados para as provas de concurso público que, segundo o professor, têm metade das questões sobre fotografia analógica e a outra metade, dobre fotografia digital.
                A maior procura pela profissionalização foi observada também na FullFrame, outra escola que oferece curso profissionalizante, dirigida por Thales Trigo, que durante 15 anos foi coordenador dos cursos de Fotografia do Senac-SP e por um ano, da Panamericana Escola de Arte e Design. Thales alerta para foto de que os interessados na profissionalização já têm uma graduação. Para ele, isso se deve ao fato de que hoje as pessoas têm mais coragem de mudar de profissão. Acredita que os bacharelados são muito úteis para formação do fotógrafo, porém, faz um adendo: “Para isso, as faculdades precisam ter organização e um currículo apropriado”.
                O fotógrafo social Sérgio Azevedo, morador em Cuiabá, brigou com o pai para fazer um curso de fotografia. “Meu pai falava ‘vai fazer o curso pra quê? Fotografar é fácil. É só pegar a câmera e tirar foto’. Mas achei que devia seguir  o que gostava. O curso é muito útil se o aluno levar a sério mesmo e persistir. Muita gente desiste”, conta ele, que fez uma parte via internet e outra presencial, em idas e vindas entre São Paulo e sua cidade. Atualmente, Sérgio trabalha com fotos de casamento, de crianças e para rede de hotel. Em 2010, teve duas fotos selecionadas para publicação no site da revista National Geographic. “Comecei a carreira no boca a boca, fotografando gente conhecida e visitando lojas de noiva para arrumar clientes”, lembra.
                “Antes de mais nada, deve-se ter postura e boa apresentação. O fotógrafo também deve ter uma boa conversa, ser educado e saber sua condição ali, já que ele nada mais é do que prestador de serviço. É importante também saber tirar proveito das condições mais complicadas possíveis, como condição de luz, ver o melhor fundo para fazer a foto e saber usar a lente certa para cada ocasião”. Os conselhos são de Wellington Nemeth para quem quer entrar na fotografia social, mas podem ser aplicados em todas as áreas da fotografia.
                O fato é que o acesso à fotografia ficou muito mais fácil com a era digital e o grande aumento de cursos livres, ou mesmo de nível superior, vem a comprovar que cada vez mais gente está interessada em aprender a se inserir no mercado profissional. Mas desde os primórdios da atividade, os ingredientes para que cada um acerte sua própria fórmula de sucesso continuam os mesmos: dedicação, persistência, conhecimento, talento, sorte, paciência...
ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

terça-feira, 5 de abril de 2011

ESPECIAL PRETO E BRANCO - TERCEIRA PARTE E ÚLTIMA - Gian Marco Marano

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

PARTE III
(Texto reproduzido da revista Digital Photographer Brasil)

Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a primeira: dicas de GIAN MARCO MARANO.
Preto e branco espetacular
Natalie Johnson explora o hipnótico mundo da fotografia em preto e branco e conversa com três fotógrafos especializados nessa arte:
Guy Gagnon (Web: www.guygagnon.com);
Gian Marco Marano (Web: www.gianmarcomarano.com).
GIAN MARCO MARANO











Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a terceira: dicas de GIAN MARCO MARANO.
“Preto e branco não copia a realidade: representa-a em sua própria linguagem”
Tão apaixonado pela fotografia artística quanto pela beleza das formas femininas, o italiano Gian Marco Marano tornou-se um conhecedor das técnicas da fotografia em preto e branco. Especializado em nus artísticos, Gian está criando um portifólio sobre dança e contorcionismo. “O fato especial acerca da fotografia em preto e branco é que ela não copia a realidade: representa-a em sua própria linguagem. Quando faço uma foto, já sei se a imagem final será em preto e branco ou em cores, conforme a linguagem expressiva desejada para o projeto. Obviamente, certas imagens são mais adequadas ao preto e branco – especialmente as mais contrastadas.”
            Dando preferência ao minimalismo na escolha de seu equipamento, Gian utiliza apenas uma câmera e uma objetiva em suas fotos de nus em estúdio. “Muita gente se espanta quando digo que a maior parte de meu trabalho de estúdio é feita com uma Nikon D300 e uma objetiva 18-200mm VR Nikkor. Mas é preciso levar em conta que, ao trabalhar com os poderosos flashes de estúdio, você tem toda a luz que precisa, o que permite usar câmera com ISSO baixo e a objetiva em uma abertura média, o que dá melhores resultados.”
            Para o caso de mudar de idéia, este profissional também leva consigo: AF-S Nikkor 50mm f/1.4G, AF-S VR Zoom-Nikkor 70-200mm f/2.8G IF-ED, AF-S Nikkor 28-70mm f/2.8. tripé Manfrotto 055XB com cabeça esférica 322RC2, quatro tochas Bowens Gemini 1000Ws com acessórios e um fotômetro Gossen Luna Pro-X. “Uso fotômetro no meu trabalho de estúdio e na maior parte do que é feito no ecterior e em locação, mas encontrar a exposição ideal muitas vezes é questão de tentativa e erro – e às vezes é preciso experimentar até a perfeição. Meu gosto pessoal é superexpor o corpo um pouquinho, enfatizando as formas. Não emprego nenhuma técnica especial com meus acessórios; simplesmente tento dominá-los tanto quanto possível para realizar o que tenho em mente. Fotografar em preto e branco implica principalmente em lidar com luzes e sombras, e como regra básica, figuras bem contrastadas ficam boas nessa técnica.”
            Uma das maiores reclamações de Gian é sobre a calibração inadequada – um fator que, a seu ver, pode arruinar uma foto perfeita. “Muitas vezes as pessoas gastam dinheirão com equipamentos de primeira, mas fazem a edição em monitores descalibrados. Acredito que um colorímetro é essencial na ‘Era do Photoshop’ para quem deseja obter resultados confiáveis; não apenas para a fotografia em cores, mas também para imagens em preto e branco.”
            Após uma sessão de fotos, Gian carrega suas imagens em RAW no Capture NX2 da Nikon, onde as converte em TIFFs de 16 bits por canal e as abre no Photoshop CS4. “Sei que parece óbvio, mas a melhor dica de edição que posso dar é fazer o melhor possível na hora de clicar, no que toca á luz, exposição distância focal correta, abertura, tempo do obturador etc. Uma boa imagem original precisa apenas de uma edição muito básica, ao passo que uma foto ruim exige horas de trabalho duro na pós-produção para se tornar apenas aceitável.”
            Existem vários métodos para transformar uma foto em preto e branco; cada fotógrafo prefere algo diferente. “A conversão é um dos grandes tópicos com o qual você tem de lidar ao criar imagens digitais em preto e branco. Antes de encontrar meu método de conversão favorito, experimentei uma porção deles. Atualmente, considero o método de conversão incluído no Photoshop bastante poderoso. Ele permite controle, embora a função “automática” também funcione bem. A maioria dos meus ensaios de nus em preto e branco é feita misturando uma conversão em preto e branco do Photoshop com uma camada duotone personalizada.”
            “Boa iluminação, conversão digital efetiva e realce da imagem”, respondeu Gian quando perguntamos quais eram os elementos cruciais para uma fotografia em preto e branco de alto impacto. “Escolha temas contrastados, com bastante luzes e sombras; encontre um método de conversão que esteja de acordo com seu gosto; tente melhorar a imagem adicionando um pouco de contraste.”
            Como derradeiro pensamento poético, Gian resumiu: “Com fotos em preto e branco, o que você tem a dizer conta mais do que a forma como você o diz.”

DICA DO ESPECIALISTA
Gian Marco Marano
Nascido e criado na Itália, Gian Marco Marano é fotógrafo profissional há pouco mais de cinco anos, mas conta sempre ter tido paixão pela fotografia. “Meu pai me deu minha primeira câmera – uma Rocoh 500G – quando eu tinha seis anos e, desde então, posso dizer que sempre estive envolvido com fotografia. Nos anos 1990, dirigi dos nus artísticos. Participei de uma oficina de glamour e nu, e daí comecei a desenvolver meus primeiros projetos, lendo muito e aprendendo bastante sozinho. Nos últimos anos, concentrei-me principalmente na fotografia de dança de arte. Sei que parece óbvio, mas se você acha que realmente deseja alguma coisa, é preciso se arriscar para obtê-la. Sinto como se tivesse acabado de me iniciar neste caminho criativo, mas fico satisfeito em saber que desejo explorá-lo mais profundamente, criando imagens de que me orgulhe e que espero que sejam apreciadas por outras pessoas.”
1 Aprenda com os mestres
Veja o trabalho dos mestres da fotografia e de outros fotógrafos para aprender técnicas, encontrar inspiração e desenvolver seu gosto pessoal.
2 Escolha o assunto
Tenha a certeza de que o assunto escolhido ficará bem em preto e branco, em termos de luz, contraste e tons.

3 Experimente
Faça experimentos de edição até encontrar a técnica de conversão para P/B mais adequada a seu gosto, lembrando sempre que a simplicidade sempre é melhor.

4 Resultados
Ao fotografar, pense nos resultados que deseja obter e tente encontrar uma maneira de chegar a eles.

5 Os detalhes são importantes
Depois de aprender o básico, concentre-se nos detalhes; são eles que fazem a diferença.


(RETRATO DE CORPO)
“Sempre gostei da graça feminina e tento representa-la da melhor maneira possível em meu trabalho. Ao longo dos anos aprimorei minha visão da beleza feminina, desde meus primeiros books de modelos até meus últimos trabalhos, com cada vez mais consciência do que quero e como chegar lá”
Dados: Nikon D300 com Nikkor VR 18-200mm f/3.5-5.6G a 32mm, f/18. 1/250, ISSO 200.











  (DEUX FILLES)
“Fotografar em preto e branco significa principalmente lidar com luzes e sombras, e como regra básica, temas altamente contrastados são ótimos para criar imagens em preto e branco. Sempre fotografo com ISSO mais baixo possível, sincronização a 1/250 e uma velocidade de abertura normalmente de f/11 a f/22”
Dados: Nikon D300 com Nikkor VR 18-200mm f/3.5-5.6G a 32mm, f/22, 1/250. ISSO 200.
















  
(ARCO)
“O fator wspwcial das imagens preto e branco é que elas não copiam a realidade, mas a representam em sua própria linguagem. Quando faço uma foto, já sei se a imagem final vai ser preta e branca ou colorida, segundo a linguagem expressiva que desejo para o projeto em questão”
Dados: Nikon D300 com Nikkor VR 18-200mm f/3.5-5.6G a 28mm, f/16, 1/250, ISSO 200.












ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICA

Fotos de Gian Marco Marano

domingo, 27 de março de 2011

ESPECIAL PRETO E BRANCO - SEGUNDA PARTE

ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS
PARTE II
(Texto reproduzido da revista Digital Photographer Brasil)
Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a primeira: dicas de JAMES NADER.
Preto e branco espetacular
Natalie Johnson explora o hipnótico mundo da fotografia em preto e branco e conversa com três fotógrafos especializados nessa arte:
Guy Gagnon (Web: www.guygagnon.com);
Gian Marco Marano (Web: www.gianmarcomarano.com).

JAMES NADER
Dicas de especialistas para criar imagens expressivas em preto e branco, divididos em três partes, a segunda: dicas de JAMES NADER.
“Eu sempre tenho a noção de como cada imagem funcionará em preto e branco”
Famoso na Indústria da moda por sua visão excêntrica, o britânico James Nader já fotografa há vinte anos e, graças a seu histórico com a fotografia de filmes, acredita possuir uma arma secreta para capturar imagens em preto e branco. “Sou do tempo do quarto escuro e seus químicos de revelação. Mesmo trabalhando com câmeras digitais, você nunca esquece essas habilidades. O fato de entender o que é necessário na imagem não se resume a níveis, curvas ou filtros de conversão. Trata-se de uma compreensão mais profundamente enraizada na compreensão tradicional das gamas tonais e detalhes da imagem final. Eu sempre estava no quarto escuro, trabalhando no meu filme em preto e branco. Minha inspiração veio dos fotógrafos clássicos da era dos filmes, como Sinclair Bull; certa vez fui visitar uma exposição de seu trabalho e foi uma epifania. Comecei a ver as coisas em preto e branco. Desenvolvi meu estilo de iluminações com base na que ele usava, e é por isso que minhas iluminações funcionam bem em preto e branco.”.
Por trabalhar na moda, a cor é um componente essencial no trabalho de James; porém, ele é de opinião de que a simplicidade da técnica do preto e branco pode se prestar a composições mais criativas e desafiadoras. “A melhor parte de fotografar em preto e branco, para mim, é a maneira como me sinto a respeito da imagem. Isso me faz pensar mais sobre a foto e, portanto, emprego um grau maior de concentração. Com as cores você sabe o que funciona de cara, em termos de como elas interagem; mas em preto e branco é preciso ir mais fundo. Embora meu trabalho com cores seja muito saturado e intenso para a moda, acredito que a simplicidade da fotografia em preto e branco é muito atraente. Ela torna a imagem mais simples e equilibrada e tendemos a prestar mais atenção na composição. O sombreamento e as gamas tonais são sua “paleta de cores”, e você tem de entender como as cores funcionam em preto e branco.”.
A escolha de um tema ou, no caso de James, de uma modelo e uma locação que rendam em preto e branco, já é metade da batalha. James compartilha conosco suas táticas para saber quais atributos procurar. “Sempre tenho uma noção, ao fazer uma foto, de como ela irá funcionar em preto e branco. Você deve saber que vai funcionar. Isso costuma ocorrer quando estou, por exemplo, fotografando um ensaio em um quarto de hotel. Para os trabalhos de moda, adoro como as imagens passam a exalar uma atmosfera clássica.”.
James diz            usar principalmente uma Nikon D3x com objetiva 70-200mm f/2.8 Nikkor VR para sua imagens de moda, mas também leva consigo as lentes Nikkor 24-70mm f/2.8 e 85mm f/1.4, Sigma 105mm f 2.8, um Apple MacBook Pro 17”, iPad, iPhone, uma filmadora de vídeo Sony e um disco rígido portátil LaCie de 500GB. Ele tem acesso a uma Hasselblad quando são necessários arquivos em resolução muito alta. “Prefiro não usar cartões de memória grandes, pois demora muito para copiá-los no disco rígido e costumo usar esse momento como um modo de recuperar a concentração longe da vista do cliente. Por isso, prefiro usar diversos cartões de 4GB”, confidencia. James inicia suas sessões com uma leitura de luz que dê f/11 a ISSO 200. “Não sei por quê, mas essa é a minha leitura de luz característica; em iluminação contínua ou de vídeo, ela será algo como f/4 a ISSO 400 ou mais. Costumo ajustar o ISSO para aumentar ou diminuir o contrate da imagem e obter tons ricos e com impacto. Como a velocidade do obturador é baixa, preciso de um tripé. A luz mais fraca e a exposição medida permitem que mais informações sejam reunidas na foto, garantindo uma imagem mais rica, seja em cores ou em preto e branco.”
Ao fazer uma foto que ele sabe que será convertida em preto e branco, James se certifica de que existam suficientes detalhes nas altas-luzes e nas sombras, e que os olhos estejam bem iluminados para dar mais energia à imagem. “Algum tipo de reflexo é o segredo; se não houver alguma uma luz refletida nos olhos, eles parecerão opacos e sem vida.” Ele ainda aconselha: “Tente garantir que as sombras tenham contraste sem serem escuras demais. Se usar uma luz dura procure usar um refletor branco e não prateado, porque o efeito na pele pode ficar melhor. E não o ponha muito perto: as boas fotos costumam ter apenas o suficiente de reflexos para registrar detalhes nas áreas de sombra.”
Após a sessão de fotos, James vai direto ao “quarto escuro digital” para criar suas obras-primas monocromáticas. “às vezes uso o Capture One, mas recentemente comecei a empregar o Adobe Lightroom e adoro a maneira como ele realiza uma porção de processos diferentes ao mesmo tempo e permite montar apresentações. O Photoshop é meu quarto escuro digital, e eu o uso tanto quanto possível para controlar e aprimorar as imagens. Faço ajustes nos níveis, brilho, contraste e curvas, e só aplico nitidez no tamanho final, logo antes de salvar. Meu conselho é não diminuir a saturação de suas imagens, pois perderá grande parte das informações.”

DICA DO ESPECIALISTA
James Nader
          www.trainyourlens.co.uk

Com impressionantes duas décadas de experiência na manga, James Nader é um importante fotógrafo da moda e beleza, que vive recebendo elogios por seu estilo excêntrico, mas classudo. “Eu não faria outra coisa agora, adoro meu trabalho e estou sempre em busca de bons clientes. O principal neste momento é que trabalho para pessoas de que gosto e com quem me dou bem, e meu trabalho reflete inteiramente meu estilo e minha visão. Pode não ser ao gosto de todo mundo, mas é isso o que eu faço, e os clientes que me contratam gostam da esquisitice do meu trabalho, e especialmente da minha luz.”
1 Seja interessante
Se estiver tentando vender imagens em preto e branco, prepare-se para um duro golpe. Torne a coisa interessante, ousada e maravilhosa. Se não, apenas seja realista!

2 Pesquise
Busque mais conhecimento sobre a fotografia em preto e branco. Pesquise na Internet e em livros; observe o trabalho de mestres; veja como eles faziam.


3 Sombra e luz
Vá ao estúdio e prepare uma cena, ou faça o mesmo em externa; mas experimente iluminar com flash ou com a luz ambiente e entenda comi isso afeta as suas imagens em preto e branco.

4 Cuidado com o contraste
Dê atenção especial ao contraste. É muito fácil fazer correções rápidas de brilho e contraste no Photoshop, mas é preciso experimentar também os filtros fotográficos e outras configurações.

5 Velha guarda
Se você tiver acesso a uma câmera de filme tradicional e um filme preto e branco, experimente! Tente usar alguns filtros de lentes e estude os resultados revelados. Por tabela, você entenderá melhor o “quarto escuro” digital e como trabalhar com ele.

Fotos de James Nader






























































FIM DA SEGUNDA PARTE
ATILA’S PRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS